sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

OTA-1985

Havia na enfermaria da Ota um enfermeiro , com quem mantinha uma excelente amizade e cujo paradeiro, infelizmente, perdi. Chamava-se Pereira, esse militar. Um belo dia, passei pela enfermaria para o convidar para uma cerveja no bar. Estava ele a ultimar os preparativos para fazer um clister a um militar não PA e quando lhe fiz o convite disse que não demorava muito. Disse ao militar que estava deitado:
- Opá, mete o tubo no buraco que eu já venho!
Era um clister de água, com o depósito fixo à parede e uma "mangueira" para colocar no tal sítio que todos sabem.
Posto isto fomos para o bar. bebemos uma e uns amendoíns e uns dedos de conversa, mas uma bjeca e mais amendoíns e outros dedos de conversa e entretanto chegou malta e vai de beber e comer amendoíns e mais umas mãos( já não eram dedos) de conversa. Passado um bocadão, vejo o Pereira a dar um salto da cadeira e dizer:
- Porra! Esqueci-me do gajo, pah! Já deve ter a água a sair pelas orelhas!
Ele arrancou para a enfermaria e eu fui com ele. O desgraçado que estava na maca já tinha uma cor esquisita e um ar que não consigo descrever...ele até já tinha "uma maneira esquisita de falar". Diz-me o Pereira:
Oh Oliveira! chega-te para o lado antes que isto espirre - e, enquanto tira a "mangueira" do dito cujo do militar, diz-lhe:
Opá! Vais até às casas de banho para largar carga e depois voltas para aqui.
Escusado será dizer que o desgraçado bem tentou apertar as pernas, as bimbas e sei lá que mais, mas a água era tanta que ele não aguentou e começou no meio do corredor e quando chegou ás casas de banho já não era preciso.
Ninguém imagina eu e o Pereira a rir por tudo o que aconteceu!
Isto foi em 1985.


João Oliveira
SOLD/PA 067450-J
BA3/BA2

Sem comentários:

Enviar um comentário