sexta-feira, 5 de junho de 2009

MEMÓRIAS BA4


Com aquele abraço á nossa maneira para todos os ex e actuais PAs e claro um daqueles para os Escorpiões vocês sabem como.

Camarada Pedro Silva quando à dias li a tua mensagem no nosso LV veio á minha memória uma situação passada nos idos anos de 1978/79, era nosso comandante o Sr. Major Bettencourt.


Aconteceu que um camarada nosso o "Algarvio" depois de uma noite bem comida e melhor bebida resolveu ir sózinho para um arraial em Sta Rita, claro que o único arraial que o nosso camarada conseguiu ver foi o de uma enorme carga de pancada devido a que lá estavam uns individuos que resolveram fazer do Algarvio bombo de festa.


O pobre do Algarvio chegou ao aquartelamento cheio de sangue, imediatamente quem já estava deitado e os que estavam a sair de serviço e a chegar dos postos de imediato se vestiiram á civil e dirigimo-nos para Sta Rita só que quando chegámos lá os individuos tinham-se posto ao fresco avisados que o pessoal não ia para conversar mas na Base o alarme tinha sido dado e o oficial de dia com um grupo de piquete de pessoal nosso dirigiu-se a Sta Rita onde nos foi dado ordem de regressarmos sobe escolta mandando-nos formar frente ao antigo comando da policia no bidonville.

Como a hora ia adiantada mandaram o pessoal para os quartos sendo avisados que na manhã seguinte haveria formatura para se encontrar quem teria participado naquela acção. E assim foi, na manhã seguinte lá estava o pessoal todo formado com todos os Sarg. da altura Brasil, o Felix o Leonardo, o Nazi ainda hoje não sei o nome do sr. acima de tudo o que interessa é que era um homem de valor.

O Sr Major Bettencourt depois de nos ter chamado á atenção numa atitude rispida e caustica perguntou várias vezes quem tinham sido aqueles que participaram naquela acção e tinhamos podem acreditar sido muitos mas ninguém se manifestou, apenas o silêncio e até hoje, esteja o Sr Major Bettencourt onde estiver e espero que esteja bem, da nossa parte nunca saberá quem tomou parte naquele acto de sentimento de corpo e de solidariedade embora todos desconfiassemos que ele sabia o nome de nós todos, mas como homem digno resolveu fingir que não sabia.
Camarada Pedro Silva não foi uma atitude que mereça uma medalha ou coisa do género apenas não aceitavamos que um dos nossos fosse maltratado e isso percorreu todas as incorporações.

PCAB/PA Henrique Soares-BA4