sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Criação do Corpo de Polícia Aérea


Decreto-Lei n.º 288/81 de 10 de Outubro

Considerando que a prontidão e operação dos meios humanos e materiais indispensáveis ao cumprimento da missão da Força Aérea exigem a defesa efectiva das estruturas que as suportam;
Considerando que o grau de sofisticação dos sistemas operados pela Força Aérea exige das forças de defesa uma especialização específica e preparação adequada;
Considerando que o pessoal do quadro permanente das actuais forças de defesa é constituído por elementos deslocados das suas actividades primárias e a quem foi ministrada a subespecialidade de polícia aérea, necessariamente desinserida dos quadros a que pertence;
Considerando que a defesa deve ser fundamentalmente cometida a forças não empenhadas na missão primária da Força Aérea e claramente individualizadas por uma estrutura e órgão de comando:
O Conselho da Revolução decreta, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 148.º da Constituição, o seguinte:


Artigo 1.º É criado, na dependência do general comandante operacional da Força Aérea, o Corpo de Polícia Aérea (CPA), com um quadro de pessoal privativo especializado em polícia aérea (PA).
Art. 2.º A missão do Corpo de Polícia Aérea é garantir a segurança e defesa dos meios humanos e materiais e das infra-estruturas da Força Aérea, de acordo com a doutrina superiormente definida, tendo em vista preservar a sua integral capacidade operacional. Envolve as seguintes áreas fundamentais:

a) Segurança da capacidade de combate das unidades aéreas da Força Aérea pela protecção dos seus recursos operacionais - nos quais estão incluídos os sistemas de armas, equipamentos, material e facilidades de apoio - contra acções de sabotagem, subversão e ataque;

b) Salvaguarda dos recursos da Força Aérea contra roubos, desvios e danos através de acções de vigilância, de patrulhamento e do controle de tráfego de veículos;

c) Defesa imediata das unidades e instalações da Força Aérea contra infiltrações, actos de guerra ou ataques;

d) Segurança interna das unidades e instalações da Força Aérea;

e) Contribuição activa para a manutenção da disciplina na Força Aérea.

Art. 3.º O Corpo de Polícia Aérea é constituído por:

a) Comando. - É parte integrante do Comando Operacional da Força Aérea:

b) Forças. - Organizam-se em esquadras e esquadrilhas de polícia aérea e integram-se na estrutura orgânica das unidades da Força Aérea onde forem constituídas.
Art. 4.º O comandante do Corpo de Polícia Aérea é coronel ou tenente-coronel e exerce a sua acção de comando por delegação do general comandante operacional, através das linhas hierárquicas já estabelecidas na Força Aérea.

Art. 5.º - 1 - O pessoal do Corpo de Polícia Aérea é constituído por:

a) Pessoal militar permanente;

b) Pessoal militar não permanente;

c) Pessoal militar em preparação.

2 - O comandante do Corpo de Polícia Aérea não é necessariamente especializado em polícia aérea.
3 - Todo o restante pessoal do Corpo é especializado em polícia aérea.

4 - As subespecialidades necessárias à operação adequada do Corpo, bem como os efectivos a subespecializar, são fixadas por despacho do Chefe do Estado-Maior da Força Aérea.

Art. 6.º - 1 - Os quadros de pessoal do Corpo de Polícia Aérea são fixados nos mapas 1 e 2 anexos a este diploma.

2 - O quadro geral de pessoal militar permanente do Corpo de Polícia Aérea é preenchido da seguinte maneira:
a) Por absorção dos efectivos em sargentos-ajudantes, primeiros-sargentos, segundos-sargentos e furriéis pertencentes ao actual serviço de Polícia de Defesa Próxima;

b) Por absorção de militares oriundos de outros quadros/especialidades actualmente qualificados em PA;

c) Por implementação progressiva do quadro, durante um período de dez anos, através do recrutamento normal.

3 - As transferências para o quadro do Corpo de Polícia Aérea, por força das alíneas a) e b) do número anterior, não implicam a abertura de vagas para promoção nos respectivos quadros de origem.

4 - A organização e os módulos de pessoal correspondentes aos órgãos referidos no artigo 3.º serão fixados por portaria do Chefe do Estado-Maior da Força Aérea.

Art. 7.º As condições e formas de recrutamento, selecção, preparação, readmissão, contratos, programação de carreiras e implementação do plano de preenchimento dos quadros do Corpo de Polícia Aérea são estabelecidas em diplomas regulamentares.

Art. 8.º São introduzidas as seguintes alterações no Decreto-Lei n.º 41492, de 31 de Dezembro de 1957:

a) Aos artigos 5.º e 9.º, I) «Oficiais», é adicionada a especialidade:h) Polícia Aérea.

b) Nos artigos 5.º, II) «Sargentos», e 9.º, II) «Sargentos milicianos», são eliminadas as subalíneas 3) das alíneas b), respectivas, e adicionadas subalíneas 4) às alíneas b) dos mesmos artigos referentes a sargentos e sargentos milicianos, com a seguinte designação: 4) Polícia Aérea.

c) Nos artigos 5.º, III) «Praças readmitidas», e 9.º, III) «Praças não readmitidas», são eliminadas as respectivas subalíneas 4) das alíneas e) e adicionadas subalíneas 4) às alíneas a) dos mesmos artigos, com a seguinte designação: 4) Polícia Aérea.

Art. 9.º As praças a que se refere o presente diploma ficam abrangidas pelas disposições aplicáveis do Decreto-Lei n.º 272/78 , de 6 de Setembro.

Art. 10.º As dúvidas e casos omissos que surjam na aplicação deste decreto-lei são resolvidas por despacho do Chefe do Estado-Maior da Força Aérea.


Visto e aprovado em Conselho da Revolução de 13 de Agosto de 1981.

Promulgado em 19 de Agosto de 1981.

Publique-se.O Presidente da República, ANTÓNIO RAMALHO EANES. -

O Primeiro-Ministro, Francisco José Pereira Pinto Balsemão.


MAPA 1
Pessoal militar permanente do Corpo de Polícia Aérea Especializado PA

A -OficiaisTenentes-coronéis ... (2)

Majores ... (9)

Capitães e subalternos ... (50)

Total ... (61)

B - SargentoSargento-mor ... (2)

Sargento-chefe ... (9)

Sargento-ajudante ... (21)

Primeiros-sargentos, segundos-sargentos e furriéis ... (147)

Total ... (179)

MAPA 2

Pessoal militar não permanente do Corpo de Polícia AéreaEspecializado PA

A - OficiaisSubalternos ... (55)

B - PraçasPrimeiros-cabos especialidade PA readmitidos ... (130)

Primeiros-cabos especialidade PA ... (228)

Soldados PA ... (852)

Total ... (1210)


Honoramus Principia



Paulo Brissos Santos
ANPA

sexta-feira, 5 de junho de 2009

MEMÓRIAS BA4


Com aquele abraço á nossa maneira para todos os ex e actuais PAs e claro um daqueles para os Escorpiões vocês sabem como.

Camarada Pedro Silva quando à dias li a tua mensagem no nosso LV veio á minha memória uma situação passada nos idos anos de 1978/79, era nosso comandante o Sr. Major Bettencourt.


Aconteceu que um camarada nosso o "Algarvio" depois de uma noite bem comida e melhor bebida resolveu ir sózinho para um arraial em Sta Rita, claro que o único arraial que o nosso camarada conseguiu ver foi o de uma enorme carga de pancada devido a que lá estavam uns individuos que resolveram fazer do Algarvio bombo de festa.


O pobre do Algarvio chegou ao aquartelamento cheio de sangue, imediatamente quem já estava deitado e os que estavam a sair de serviço e a chegar dos postos de imediato se vestiiram á civil e dirigimo-nos para Sta Rita só que quando chegámos lá os individuos tinham-se posto ao fresco avisados que o pessoal não ia para conversar mas na Base o alarme tinha sido dado e o oficial de dia com um grupo de piquete de pessoal nosso dirigiu-se a Sta Rita onde nos foi dado ordem de regressarmos sobe escolta mandando-nos formar frente ao antigo comando da policia no bidonville.

Como a hora ia adiantada mandaram o pessoal para os quartos sendo avisados que na manhã seguinte haveria formatura para se encontrar quem teria participado naquela acção. E assim foi, na manhã seguinte lá estava o pessoal todo formado com todos os Sarg. da altura Brasil, o Felix o Leonardo, o Nazi ainda hoje não sei o nome do sr. acima de tudo o que interessa é que era um homem de valor.

O Sr Major Bettencourt depois de nos ter chamado á atenção numa atitude rispida e caustica perguntou várias vezes quem tinham sido aqueles que participaram naquela acção e tinhamos podem acreditar sido muitos mas ninguém se manifestou, apenas o silêncio e até hoje, esteja o Sr Major Bettencourt onde estiver e espero que esteja bem, da nossa parte nunca saberá quem tomou parte naquele acto de sentimento de corpo e de solidariedade embora todos desconfiassemos que ele sabia o nome de nós todos, mas como homem digno resolveu fingir que não sabia.
Camarada Pedro Silva não foi uma atitude que mereça uma medalha ou coisa do género apenas não aceitavamos que um dos nossos fosse maltratado e isso percorreu todas as incorporações.

PCAB/PA Henrique Soares-BA4

domingo, 3 de maio de 2009

MOMENTOS PARA A HISTÓRIA...


Creio que em 1979 (se estou enganado haja alguém que me corrija)...na velhinha BA-3, casa de "fabrico" dos PA's...num dia em que a N. Senhora do Ar estava distraída, houve um militar que não estava contente com a sua vida e para tentar resolver a situação apostou no caminho errado.


Pegou numa espingarda automática G-3 ou numa pistola Walther(já não me lembro bem) e iniciou os disturbios, colocou a Base sob sua "Protecção" durante várias horas.O Amotinado não deixou que ninguém lhe tirasse a arma, antes apontando-a a quem se aproximava e começou a procurar o Oficial de Dia à Base. Este com medo do que pudesse acontecer e com outro tipo de medo, não resolveu a situação e refugiou-se no Clube de Oficiais.


Foi então que surgiu um Oficial PA, que decidiu por cobro à situação...Para tal teve de ter muita coragem, determinação e capacidade de decisão, atirando para trás das costas o que lhe poderia vir a acontecer.Foi buscar uma espingarda automática G-3, arranjou um local de onde pudesse visar o amotinado, e...com sangue frio suficiente, mas a tremer ao mesmo tempo, levou a arma à cara, apontou e disparou...


Nesta altura a N. Senhora do Ar intercedeu pelo Oficial PA e pelo militar que não estava bem...a bala ia em direcção à cabeça do referido militar quando algo a fez desviar ligeiramente, desvio tão ligeiro que foi suficiente para apanhar apenas de raspão a cabeça do visado.Em resultado desta operação difícil o militar largou de imediato a arma ou armas que tinha em sua posse e entregou-se.O Oficial PA, suspirou de alívio, porque afinal não necessitou de atingir mortalmente o Amotinado e tudo se tinha resolvido sem mais problemas.


TCOR/PA Grossinho

domingo, 26 de abril de 2009

TIGER MEET 1996- BA 11


Existe uma história, ocorrida neste evento aéronautico onde o COFA naquela altura organizou um exercicio chamado "ATERRAGEM DE ASSALTO" e lembraram-se se que existia o Cadj/PA Pereira na BA1, perguntaram-me se eu me queria dar como voluntário para conduzir uma daquelas "carroças",claro que aceitei. este exercício era composto por duas aeronaves Casa C-212 Aviocar, e duas viaturas Volkswagen descapotaveis bastante usadas.

O que teríamos que fazer, era quando as aeronaves tocassem na pista abriam a rampa traseira o avião parava por breves instantes o “master load” colocava uns apoios na traseira do avião para que quando a viatura saísse de dentro deste este não fizesse um “cavalinho” foi tudo coordenado ao pormenor nos treinos na altura pelo Sr. TEN/PA Silva do COFA e pelas tripulações na altura ai pude observar que também são grandes operacionais e temos grandes pilotos.

Lembro-me que o piloto do meu avião era o Sr. CAP/PILAV Mendes Maria, da ESQ: 501 “OS ELEFANTES”, fiz muitos serviços com ele quando este estava de ODB na BA1, os outros que me perdoem mas foram tão bons quanto ele, mas já não me recordo dos nomes pois já lá vão 13 Anos.Quando fomos iniciar os treinos tivemos que desmontar a frente dos carros porque estes não cabiam em largura, tanto eu como o CADJ/PA Batista do COFA e meu irmão de curso, era o condutor da outra viatura, não tínhamos mais que 10cm de cada lado para a viatura sair do avião sem o riscar.

Era um exercício de pura adrenalina.

Alem de nós condutores cada carro levava mais 3 PA’s armados até aos dentes devidamente equipados e com as caras numa vergonha parecíamos autênticos carvoeiros, velhos tempos (não me lembro dos nomes, peço desculpa quem foi que se acuse).Tudo correu sempre bem, até que chegou o dia do exercício, que seria no dia da exposição do TIGER MEET96 levantámos da BA1 voámos até á BA11 teríamos que dar umas certas voltas a um cemitério, esperando que a torre da BA11 chamasse os aviões para o exercício, o nosso inimigo eram os camaradas penso que da EPA da BA6 que estavam colocados tacticamente no meio da pista na parte relvada.

Demos mais voltas que o combinado e começámos a retornar para Sintra, ficámos com a pulga atrás da orelha e perguntei ao “Master Load” (Militar responsável pela carga do avião) o que se tinha passado pois o barulho dentro do avião era insuportável, este disse-nos que o exercício tinha sido cancelado devido á queda de 2 aviões um caça inglês e um F16 nosso. Mas o que pensámos logo foi no pessoal PA que estáva no meio da Pista.

Quando chegámos a Sintra, pedimos ao ODB, para nos arranjar uma viatura para nos levar ao COFA, e arrancámos novamente para a BA11 desta vez de Toyota da EPA do COFA, chgámos bastante cansados mas bem, mas íamos bastante preocupados sem qualquer informação poiss na altura o mais parecido com o telemóvel era o nosso PRT-825.assim que chegámos á Porta D’Armas os nossos camaradas informaram-nos que se encontravam todos bem.

Foi um dia bem passado!
Um grande abraço a todos.…”Uma vez PA, Sempre PA”…

Ex-Cadj/PA/ CAUT Pereira (Tuca) EPA-BA1

quinta-feira, 16 de abril de 2009

MOMENTOS PARA A HISTÓRIA

Quando os nossos amigos Pára-Quedistas estavam na Força Aérea e durante os Anos 78/80, houve um grupo de intrépidos PA's que desafiaram o que era costume, neste Ramo das Forças Armadas...

Apenas os Páras faziam Competição de Corrida e Orientação na Força Aérea, concorriam entre si a BETP(Tancos), a BOTP 1(Monsanto) e a BOTP 2(S. Jacinto/Aveiro) de onde saía a selecção que ia representar a FAP nas FA's.

Nesses anos, não sei se em 1979 ou 1980, pela PRIMEIRA VEZ, uma equipa de PA's, oriunda do DGAFA( actual Base do Lumiar) intrometeu-se e concorreu também. Fizeram os seus treinos apoiados pelo Comandante do DGAFA, COR/PARAQ Marques da Costa, em Sintra, Guincho, etc.

As provas aconteceram nas areias na zona de Aveiro...

Claro que a equipa da PA do DGAFA sem experiência nenhuma ao lado de experientes Páras que já tinham alguns anos na competição ficou em último lugar, mas no são espírito da competição foi muito Louvada e aplaudida pelos amigos pára-quedistas.
Não sei a composição total da Equipa, apenas me lembro que o actual Coronel PA José Mendonça e eu mesmo faziamos parte dela. Éramos na altura, creio eu, Alferes Milicianos SG/PA.

TCOR/PA Grossinho

quinta-feira, 5 de março de 2009

AS MINHAS BOTAS

Vou contar uma pequena história que se passou comigo na recruta, que recordo, principalmente por dois factos, 1º. pela parada estar toda à minha espera (eu a pagar o castigo) e 2º. pela ironia do destino que foi eu depois estar à espera deles, do meu pelotão, pela mesma razão, as botas, que deviam estar a brilhar e nos dois casos não estavam.

Então aqui vai:

Corria o ano de 1987, encontrava-me na BA-3, na fase da recruta, era uma 6ª. feira, na formatura do pequeno-almoço, o comandante de pelotão ao passar a revista parou na minha frente e olhou para as minhas botas, estavam mais baças que um vidro embaciado, pois não tive tempo de as secar, a semana tinha sido dura e debaixo de mau tempo, escusado será dizer que tive de pagar com o corpo com 50 completas e toda a parada à espera que eu acabasse de pagar a factura para poder-mos destroçar.

Assi, logo que acabei de pagar o “castigo”, cada pelotão e a mando do seu comandante teve destinos diferentes, sendo que o meu e ao contrário daquilo que todos nós pensávamos, que era ir até aos telheiros ou fazer umas arrumações, fomos dar ao cabedal para a zona muito enlameada, zona da vacaria.

Ali andámos até faltar pouco tempo para nos podermos fardar para a formatura da entrega dos passaportes para mais um fim-de-semana. Foi uma grande azáfama a tomar banho e principalmente a engraxar botas, pois todos eles, antes de ir-mos para aquela zona tinham calçadas as botas engraxadas e a brilhar, EXCEPTO eu, (eu tinhas os dois pares de botas com missões distintas, umas para a batalha semanal de instrução e umas sempre a brilhar, prontas para as saídas) apenas precisei de calçar as botas engraxadas e guardadas para as saídas, sendo que depois na formatura geral foi a minha vez de os ver a pagar o castigo com as completas por a botas não estarem devidamente engraxadas.

Digamos que esta foi a parte "doce" daquele dia pra mim.

Carlos Aguincha
Sold/PA - 082633-C DGMFA

sábado, 28 de fevereiro de 2009

MOMENTO (TRISTE) PARA A HISTÓRIA...3


Entre os anos 1986 e 1989, Comandava a EPA da BA6, o então Sr. CAP(COR) Filipe, sendo eu seu adjunto.Enquanto estávamos na Esquadra, nos velhos barracões, designadas por BO's pelas 10H00, recebemos um contacto do CCDT informando que durante a rendição do pessoal PA, no Centro Coordenador de Defesa Terrestre(CCDT) e enquanto se procedia à entrega e recebimento de armamento, tinha havido um acidente.

Nesta altura a Secção de Armamento Terrestre da Unidade era no interior do CCDT.Para os procedimentos de Segurança existia um Bidão devidamente aprovado, para aí se fazerem os disparos de segurança.Mas..."O DIABO DISPAROU POR UMA TRANCA...", como já o disse algumas vezes.Durante as operações de segurança com uma Walther, ouve um PA que não as efectuou convenientemente, ou seja, não retirou primeiro o carregador da arma, como deve ser feito e depois puxou o gatilho, sem apontar para o Bidão...

Resultado... Atingiu um camarada na barriga, grande estrondo(no interior de um edifício), um soldado a deitar sangue pela barriga e o autor do disparo em choque.Mas... desta vez e ainda desta vez... Os santinhos andavam por perto, apenas ficou um furo provocada pelo Projéctil de 9mm, sem atingir nenhum órgão vital, ou qualquer outro PA.

Não sei o que aconteceu ao PA que efectuou o disparo, mas sei que o atingido ao fim de pouco tempo estava apto para o serviço e que, espero eu, ande por aí feliz e com saúde, apesar de ter uma triste história para contar.

TCOR/PA Grossinho

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

EDCI 12


Certo estava eu sair de serviço 24H no Monte Pilar, tendo o pessoal da rendição chegado e ter sido passado todo o serviço.

Eu passei o serviço e material á carga ao Cabo (maçarico) que me ia render.
Lembro-me como se fosse hoje, pois o episódio ficou-me na memória, que estava eu na Casa da Guarda e olhar pela janela e ver um Soldado PA junto á janela do lado exterior na conversa com outros PA’s.

Após ter trocado algumas palavras com o Cabo que me rendeu, ele encontrava-se a efectuar os procedimentos de segurança na Pistola Walther 9mm.
Entretanto viro costas, para me vir embora quando o Cabo efectua o disparo de segurança na direcção da janela….e sai um disparo…bem…além do susto só pensei…matou o homem!!!

O Cabo estava branco o Soldado, que entretanto se tinha afastado da janela com os outros, estavam mais brancos e sem palavras.Por sorte do acaso, ninguém se magoou apenas um vidro partido e uma munição gasta.


Sérgio Pereira
CADJ/PA/TTCM - 092146-H

MOMENTO (TRISTE) PARA A HISTÓRIA....2

Decorriam os anos 80...O TEN Grossinho estava colocado na BA 11 a Comandar uma Esquadrilha PA...O CAP PA LOpes era o Comandante de Esquadra.Certo dia quando regressei de férias fui informado que um PA tinha sido evacuado para o Hospital de Beja em virtude de ter levado um tiro...Quem me informou??

Foi o tal CAP TPAA Godinho "que adorava a PA................."(era também o Oficial de Justiça, Comte da Esquadra de Pessoal e Chefe da Agropecuária........)Apurei então que o tal SOLD PA estava a fazer segurança à Zona C...Local mais sensível da Unidade.Nessa zona faziam serviço sempre dois Soldados PA.No decorrer do turno um dos PA's lembrou-se(mentes de 20 anos) que podia caçar uma ave...Então meteu munição na camâra da G-3, apontou a uma ave!!! e quando disparou, sem ver que o outro SOLD estava por perto, atingiu-o com o tiro no queixo, ou melhor por baixo do queixo, furando-lhe apenas a pele do mesmo.

Que sorte... o tiro tinha sido de raspão e passados dias o atingido já estava ao serviço...Já não me lembro o que aconteceu a quem deu o tiro, mas a verdade é que anda por aí um PA com um "tiro nos queixos"... Espero que com muita saúde e feliz.

Pois é amigos...Quando se pega numa arma todo o cuidado é pouco.

TCOR/PA Grossinho

MOMENTOS (TRISTES) PARA A HISTÓRIA...

Em 1983 após ter acabado o Curso de Formação de Oficiais(do QP) fui colocado na Base Aérea Nº 11.O Comandante da EPA era o CAP/PA Lopes.Após o primeiro fim de semana(se não me engano) cheguei à EPA para iniciar as minhas funções de Comandante de Esquadrilha.Tive então contacto com uma triste realidade...O CAP/TPAA Godinho informou-me que um PA tinha sido atingido por um tiro.Pois... coisa grave... Quem lida com armas tem de ter cuidado com as mesmas...

O ditado diz que "O DIABO DISPAROU POR UMA TRANCA"...O que aconteceu foi que o pessoal PA por vezes não pensa e depois com 20 anos de idade julga que sabe tudo... (sangue na guelra).Assim, diziam que se encostassem o cano da pistola WALTHER e fizessem força contra qualquer coisa, a arma não disparava, porque o cano estava recuado...

P U R O .......E N G A N O....

Na realidade houve alguém que experimentou(não me lembro quem), encostou o cano da Walther à Palma da Mão, fez muita força...PUXOU o Gatilho e... Buuummmm a bala saíu furou a mão e felizmente perdeu-se, não havendo mais prejuízos, materiais ou pessoais.Assim neste momento deve haver um PA com um furo de 9mm na Palma da mão, porque a situação até nem foi muito grave, digo eu...

Tenham cuidado com todo o tipo de armas, sejam arco, besta, caçadeiras ou outras...

TCOR/PA Grossinho

A PA ACABOU COM OS BANHOS MÁCUAS

Até 1972 na A.B.5 em Nacala os então chamados (banhos Mácuas) eraMácuas por era o lingua usada pelo habitantes indíginas da zona, e tal como nós, eles não tinham água canalizada, e o tal banho era pegar numa lata e numa toalha e ir até aos bidóns ao ar livre, e era encher a lata de água e deitar pele cabeça abaixo, era muito engraçado tanta gente naquela situação, isto tocava a todas as patentes.

Mas como os P.A. s por norma a maioria não estava com tarefas diarias,e nas folgas todos fora de serviço ,sargentos,furrieis,cabos, e soldados, iam todos para a vala de varios kms até a A.B.5, e B.C.P. 32 meter tubagem e depois dentro desta até aos novos e belos balnearios, mas não havia a moderniçe de agua quente como na Metrópole, foram 2 meses de trabalho mas fomos elogiados pelo o comandante da unidade o TCOR/PILAV Carvalho.

Como a AB5 e o batalhão paraquedistas 32 estava-mos separados apenas por uma vedação a canalização do exterior até as nossas unidades foi também com os paraquedistas.Isto é uma prova das boinas azuis quando não estavamos na zona de guerra trabalhava-mos para melhorar as nossas condições e dos que haviam de vir da Metrópole para nos render.Naquela altura não tinha-mos internet, nem telefone, era apenas o aerograma ( o bate estradas) que levava uma semana a chegar, e outra semana para ter a resposta, isto em Mueda zona de guerra.

Rafael Caeiro ex. 1ºcabo P.A. 47-71 Nacala ou 89-71 Monte Real.

PROVA DE TOPOGRAFIA

Havia um cão rafeiro na BA3 a quem eu (também) dava de comer. Tinha sempre o cuidado de guardar qualquer coisa para o bicho - algo que sobrasse das refeições do refeitório ou mimos que levava de casa. Até aqui tudo normal.Um belo dia, numa das provas de orientação, eis que na zona de partida se encontrava o referido cão. Deram-nos as primeiras coordenadas, marcámos o "rumo" e aí fomos nós para o primeiro posto de controle.

Sem ligarmos muito ao facto de o cão ir à nossa frente e dar com o Camarada que nos esperava.Novas indicações e novo rumo e vai de seguir para o 2º posto de controle e o cão sempre à nossa frente e a chegar ao destino marcado. Aí parei e pensei alto: - Epá, se o raio do cão não sabe ler mapas e vai à nossa frente sem falhar nenhuma zona de controle, ou é milagre, ou os locais são sempre os mesmos, ou então esteve cá quando levaram os Camaradas para confirmar a nossa passagem. Falámos entre todos sobre este "fenómeno" e vai de verificar a nossa teoria em relação ao 3º posto de controle, mas, à cautela, marcámos o percurso na carta, não fosse o caso dele falhar; o cão acertou!

Desistimos de perder tempo a marcar os percursos seguintes na carta porque o nosso "guia", se calhar à laia de agradecimento pelo alimento extra que lhe era dado, fez-nos o favor de nos indicar os restantes postos de controle sem falhar nenhum.Claro que nesse dia o "canito" teve dose extra de mimos alimentares, pois bem o mereceu e nós poupámos imenso tempo a traçar azimutes e outros que tais.

João Oliveira
SOLD/PA 067450-J

BA1 1987

Decorria o mês de Fevereiro. A equipa que iria representar a EPA da BA 1, na competição inter-EPAs "VA 87" (Vigiar e Actuar 87) aprimorava a sua boa forma fisica e forte condição psicológica....Naquele ano, os "eleitos" eram o 2SAR/PA Calçada, 1CAB/PA Costa, SOLD/PA Fragoso, SOLD/PA Almeida. Tudo gente muito motivada, de entrega generosa, no expoente máximo da "operacionalidade inconsciente"....enfim...!!! O treinador: TEN/PA Maia dos Santos.

Objectivo: VENCER!!! SERMOS OS MELHORES !! Levar o troféu para a EPA da BA 1.

Assim, os rigorosos treinos sucediam-se em multiplas pistas de obstáculos, pistas de cordas, corridas diversas, mais ou menos longas, com e sem equipamento individual de combate, tiro de G3, calestenias diárias, marchas (seriam mais corridas..) topográficas, treino de utilização do morteiro 81 ( como prova estreante para aquele ano), GAMs, muitos camuflados rasgados, alguns hematomas e arranhões, dieta controlada, sono e descanso qb, "lavagens ao cérebro" constantes.....mas, ACIMA DE TUDO,ninguém podia falhar individualmente ou, em alternativa, todos teriamos de falhar!!! Como um todo.

Foi assim que, numa tarde véspera de fim-de-semana, o treinador decide levar os eleitos para um "treino em altitude", na Serra de Sintra, com todo o equipamento e armamento a que tinhamos direito. Numa das fases da preparação, fazia parte atravessar, suspensos numa corda esticada sobre larga depressão de terreno, a cerca de cinco metros de altura, uma vasta extensão de densas silvas e mato serrado, qual mar ondulante e "acolchoado" sobre o qual teriamos de progredir no terreno.Passou o primeiro do grupo, passou o segundo, passou o terceiro e, quando já se pensava que a equipa tinha ultrapassado (mais) um obstáculo, eis que o quarto e ultimo elemento, sem o poder evitar, escorregando-lhe ambas as mãos e pés (da corda salvadora) se afunda, em vôo picado, nas silvas e pontiagudos arbustos logo abaixo. A queda foi amortecida pelo denso emaranhado de ramos e espinhos. Felizmente, não se registou nada de grave. Nada partido, nada torto.

O homem logo se colocou de pé, um pouco contundido mas com o orgulho próprio muito ferido, pois claro.Apenas que o desgraçado parecia um "cristo", cheio de esfolões, arranhões e muitos, muitos espinhos cravados na pele....pois quase parecia uma almofada de alfinetes. De entre os restantes, logo assomou a questão: e agora, o que fazer? Se chegamos ao "ponto de encontro" com o X, assim, neste estado sem nós apresentarmos qualquer tipo de semelhante "tratamento" ou ele passa a ser a "chacota" da Esquadra ou, então, fomos nós que não o soubemos ajudar.....Breves segundos de angustiante duvida assaltaram o grupo....eis senão quando um dos outro três,qual "mente iluminada" resolve (aaahhhh....jovem inconsciência)...).....lançar-se, ele próprio, para o "mar" de silvas e espinhos, ali embaixo, utilizando a corda suspensa como rampa de saltos.......e, claro que os outros dois, primeiro estupefactos com aquilo e, logo de seguida, solidários com o gesto individual presenciado logo se apressam a seguir o "mergulhador inconsciente".....

Costuma dizer-se que "a sorte protege os audazes..". Bem, neste caso, seria mais: " a sorte protege os inconscientes". Jovens, generosos...mas muito, muito inconscientes. Quis o acaso que, desta experiência colectiva, não restassem aleijões ou outro tipo de contusões. De facto, a unica coisa partida foi a coronha, em baquelite, de uma das G-3. O resto do percurso, na prova, foi efectuado não por um, mas sim por quatro orgulhosos e solidários "cristos", que mais pareciam "almofadas de alfinetes". Ao vê-los neste preparo, o treinador não teve outra alternativa do que mandar a equipa para casa, de fim-de-semana, mais cedo do que o esperado, para descansar e recompôr. Mas, entre os quatro elementos daquele grupo, ficou algo que jamais se destruiu e que todos mantêm, muito vivo, em si próprios......e não, naquele ano, não troxemos o troféu do VA, para a BA 1 !!!

Mas sentimo-nos recompensados.

SCH/PA Manuel Calçada

FRANÇA-PORTUGAL, 3-2

Neste dia, encontrava-se o curso de Cabos especialistas já a saborear o final do curso que se aproximava, e jogava portugal contra a frança no europeu, o jogo era importante, e claro como dava depois das 5 da tarde ja estavos todos a preparar.mo.nos para o ver,quando, a seguir ao almoço nos mandam formar com todo o equipamento.

Bem, lá vamos para mais uma saida de orientação e topografia, pensámos, e de repente vemos a sair duas viaturas com dez elementos, fizemos as contas e aquilo dava par dois elementos em cada posto, portanto cinco postos, era canja, já estava-mos uns barras naquelas saídas, portanto ainda chegamos a tempo de ver o futebol, pensámos....os quatro primeiros postos foi uma brincadeira de crianças, o problema veio depois, as cordenadas que nos deram, saiam fora das cartas?!?!?!? será que os intrutores se enganaram!?!?!?!, bem a minha equipa era a segunda do grupo, toca de fazer contas no chão, desenhar na areia, e decidir, voltamos pra tras ou seguimos? decidimos seguir, e vamos dar ao local onde ja se encontrava a 1ª equipa, ficamos na conversa a tentar perceber o que se passava, e começam a aparecer as outras equipas, toda a gente tinha feito o mesmo.

O posto, esse é que não existia mesmo, tinha-mos sido praxados, e já estáva-mos longe da base como o caraças e o jogo quase a começar. Finalmente decidimos regressar a base, pela ordem de chegada. Começamos a andar, e de repente damos por nós numa aldeia, com um café aberto e com TV. Se melhor o pensamos, melhor o fizemos, ver o futebol foi a solução. Entrar pelo café a dentro de G3 ás costas e ficar a ver a bola. No final do jogo, lá se convenceu, não sei como, um individuo da aldeia que tinha uma camionete de caixa aberta, a levar o pessoal até junto da base, tinha-mos de justificar o atraso, eheheh.

Todos deitados na parte de trás do camião, alguem ia com o condutor mas ja não me lembro quem, até próximo da base, altura em que paramos e toca a saltar do camião e a abrigar, porque de repente aparece ao fundo da estrada um jipe, que não era mais do que um dos nossos instrutores á procura do pessoal.Mas o melhor da festa ainda estava para vir, com aquela confusão toda a tentar abrigar do jipe, claro que se fez barulho, acende-se uma luz numa das casas, e o dono pergunta quem é que por ali andava, ora nós que tinhamos a mania de dizer, sempre que saímos, que era-mos para-quedistas, eles é que levavam com as culpas, mas também sei que nos faziam o mesmo, deste vez houve alguém que disse que era-mos PA´s e que estávamos em exercício, ainda não tinha-mos tido tempo de dar nas orelhas ao burro que disse que era-mos PA´s, quando o dono da casa se identifica e diz ser TC paraquedista, e para ter-mos cuidado com a horta do mesmo, ali é que foi engulir em seco, e agradecer á alma caridosa que se lembrou de dizer que era-mos PA´s.

De regresso á Base fomos muito elogiados pelo espirito de grupo que as equipas demonstraram e a maneira como resolvemos um "erro" nas coordenadas que nos tinham sido dadas, ehehehehe, "erro" mal sabiamos nós a praxadela que levamos, mas que vimos o futebos de má memória também o vimos, ehehehehe

PCAB/PA/TTCM Paulo Brissos

HISTÓRIAS DE UM PA

Estava eu a fazer a minha ronda entre as 2 e 4 da manhã quando via rádio sou chamado à porta d'armas.Ao aproximar-me vislumbrei de longe duas figuras femininas que aparentavam estar "dentro das medidas adequadas".Sabendo eu do rumor que corria que, de quando em vez pessoas do sexo oposto vinham suprir certas necessidades junto dos PAs, fiquei logo em alerta.Aproximei-me e dirigi-me ao interior da porta d'armas indagando o que se passava.

Como riam a bandeiras despegadas ninguém me conseguiu responder apontando o dedo para o exterior em direcção às "donzelas".Dirigi-me a estas e, porca miséria, eram dois travestis. Assim que começaram a falar, a minha vontade de rir era bem maior do que aqueles "malucos". Tive de me controlar senão aquilo virava um autêntico forrobodó.Contraindo os meus abdominais lá consegui saber o que passava.Então segundo as ditas(!), "estávamos a trabalhar como comprerende". Como compreende? Que é que eu tinha que compreender?

Cada um faz o que quer com o "duas letras" e fogo à peça, olha esta!

E continuaram "vieram uns Militares da Força Aérea que nos começaram a bater sem razões". Fomos apresentar queixa à Policia que quando soube que eram Militares da F.A. mandou-nos apresentar queixa aqui.Bom trabalho digo eu cá p'ra mim, a PSP tirou o cavalinho da chuva e passou-nos a batata quente.E então perguntei-lhes eu, querem apresentar queixa?E Elas(!), "já vimos que daqui não levamos nada(referindo-se aos "malucos" que continuavam a rir desabridamente) nós queremos que nos paguem o táxi que nos trouxe para aqui, senão daqui não saímos, queremos falar com o Comandante".O Of. Dia era um grande malandro, amigalhaço de vidas artísticas.

Logo lhe telefonei dizendo-lhe que havia duas senhoras que faziam questão de lhe falar. Embora ensonado, aquilo suou-lhe a canto celestial, àquela hora e logo duas! Chegados ao local, assim que elas abriram a boca, o jovem Of. mudou logo de côr atirando-me uns olhares que voçês bem podem imaginar.Eu tratei de me pirar, dizendo-lhe que iria continuar a fazer a minha ronda, tendo ele vindo atràs de mim e dizendo-me "esta vais pagá-la com juros" e fui para a porta d'armas para ver como é que o filme iria continuar.Nesta, já tinham combinado aproveitar a falta de dinheiro das ditas e iam-lhes oferecer "local para dormir" até ao dia seguinte.

Estão a perceber a situação!Tive de alertar a malta para o risco que corriam, pois poder-se-ia caír numa situação problemática se alguém viesse a saber que "civis tinham pernoitado na casa da guarda".Alertei-os que o caso estava nas mãos do Of. Dia e que eu iria continuar a minha ronda.
Mais tarde sou chamado pelo Of. Dia que, saíndo-se muito bem da situação, disse às "ditas" que elas(!) tinham que saír da unidade senão chamáva-mos a Polícia porque as ditas tinham entrado na unidade sem autorização e que como tal teriam que ser presas.Isto fez-lhes soar a campaínha de alarme o que as levou a reconsiderar a situação e a pedirem sómente se podiam chamar um táxi para as vir buscar.Logo as conduzi à porta d'armas onde entre sorrisos maliciosos foram recebidas com toda a deferência e onde ficaram a aguardar o táxi, enquanto eu retomava a minha ronda.

Saju/PA(R) Costa Pinto

MOMENTO PARA A HISTÓRIA

Decorria na Base Aérea nº6 (não podia deixar de ser) um TAC EVAL(Tactical Evaluation) da NATO...A Esquadra de Polícia Aérea, os Jaguares(Esq. 301), a ETA (Esquadra deTráfego Aéreo), OPSAS, etc. estavam a ser avaliados por muitos militares de vários Países da NATO.Destinava-se essa avaliação a determinar se a BA 6, estava preparada no caso de ataque, para se manter operacional e receber meios da NATO.

Quem esteve nessa altura na Esquadra pode dizer os trabalhos que passou e as horas que deu a mais do que estava previsto em prol da Dignificação da PA, da Força Aérea e de Portugal.A classificação final de cada um dos sectores avaliados era feita através de três cores, vermelho(medíocre ou mau), amarelo(Suficiente) e verde (BOM).Acreditem ou não o nosso trabalho(modéstia à parte eu era o Com. da EPA), deu frutos.

Fomos classificados com Bolinhas Verdes, com excepção da Defesa Próxima(Bolinha amarela), mas essa é outra história e deveu-se apenas à atitude de uma pessoa.No caso do Comando da EPA, foi Bolinha verde com elogio por parte dos avaliadores Americanos.Só houve bolinhas verdes para além da PA, para os Jaguares de resto só me lembro que os OPSAS tiveram bolinhas vermelhas.

Por aqui se pode ver o Espírito de Corpo em 1991, a união e a dignidade que a PA demonstrava.

Espero que este espírito se mantenha no futuro de cada um...

TCOR/PA Grossinho

HOMENAGEM AO "CHEFE GARCIA" Parte I

Corria o ano de 1963.
Estávamos no mês de Agosto.
Manhã solarenga, no Cais da Rocha, em Lisboa.
Acostado ao cais, o navio "Niassa", no qual embarcavam centenas de homens, fardados com os "camuflados" do Exército.

No meio deles, não passávamos despercebidos. Garbosamente fardados, ostentando na cabeça, orgulhosamente a BOINA AZUL, símbolo da nova Policia Aérea, criada para policiamento e defesa próxima das instalações pertencentes ou ocupadas pela FAP, em todo o território nacional.

Tínhamos chegado directamente da Base Aérea N° 3, em Tancos, onde frequentamos o 1° Curso da E.I.P.A., composto unicamente por voluntários. Eu, pessoalmente, tive a honra de ser o 1° soldado desse curso, a subir ao "podium", para me ser imposta a tão cobiçada e desejada BOINA AZUL, pelo General Chefe do Estado Maior da Força Aérea, nessa longínqua época (peço desculpa, mas não me recordo do seu nome).

Éramos uma trintena de jovens de 17/18 anos, rebeldes e sempre prontos a refazer o mundo.
No meio desta multidão de soldados, ouvimos uma ordem enérgica de "Formar". Era um Homem, de porte atlético, voz firme, e como nós, tinha a Boina Azul, divisas de 2° Sargento e tem o nome de ANTÓNIO JOAQUIM MARQUES GARCIA.
Foi-nos dado ordem de embarcar, e eu, juntando-me a mais 2 ou 3 camaradas, subimos a um dos mastros mais altos do navio.

Quando descemos, recebemos a recompensa da nossa façanha: 20 flexões, ali mesmo no convés do Niassa.
Alguém disse que se podia sujar a farda de gala, e como resposta, tivemos direito a mais um suplemento de 10 flexões.
Tomávamos conhecimento com a disciplina do 2° Garcia!

Carlos Oliveira (Bolinhas)
PCAB/PA

MOMENTO PARA A HISTÓRIA

No ido ano de 1990 ou 1991, já não sei...
Um civil da BA 6, que manipulava as máquinas agrícolas e retroescavadora da Base, estava dentro do Leito do Rio Tejo com esta última máquina a retirar areia para algumas das necessidades da Base.
Claro que a maré estava vazia, o azar foi que começou a encher e foi tão rápido que quando ele quis sair teve de deixar a máquina a submergir.
Dirme-ão mas o que tem isso a ver com a PA?
Já vão saber...
Foi chamado o Comte do Grupo de Apoio, TCOR NAV Sarreira Lopes, o Comandante da BA 6, COR(TGEN) Nico também apareceu.

Depois de tentarem tirar a retroescavadora do rio de várias formas, chamaram o CAP/PA Grossinho para que ele reunisse as tropas, digo, os condutores das viaturas Condor(o 1SAR Simão e outro que não me recordo) para que se tentasse com uma delas puxar a malograda máquina que já estava completamente submersa.
Tentativas foram feitas com cordas e cabos de aço que se foram partindo e nada,já eram 22H00...

Não sei quem, mas alguém se lembrou que as correntes de carga do C-130 aguentavam três toneladas e meia de força, se não estou enganado.
Entretanto o Comandante e o Comandante do GA foram-se embora, dizendo o primeiro que a PA resolvia o assunto e o segundo o confirmava junto de mim, estava com receio que tal não acontecesse, mas eu acalmei-o.
Então o Simão com o outro condutor colocaram as viaturas em posições estratégicas, um nadador salvador do CTSFA, foi atar a máquina com as correntes e eu por rádio fui coordenando os dois intrépidos condutores.

Não tinham passado dez minutos e já a máquina estava fora do rio...
Para alegria de todos, a PA tinha evidenciado mais uma vez o espírito de entreajuda, cooperação e modéstia.
Creio que o outro condutor era o SAJ Letras.

TCOR/PA Grossinho

BA6 1981/1982

Numa movimentada manhã de segunda-feira era ver, na "hora de ponta", o regresso de fim-de-semana, do pessoal da Base, entrando à Porta de Armas. Como todos sabemos, toda a gente tinha que apresentar o "passe ou cartão individual" de identificação aos PAs de serviço naquele posto. Lembro-me que eu era o chefe de posto e tinha, comigo, mais cinco elementos de serviço, de entre os quais o SOLD/SG/PA Vieira ( Bizela) e o SOLD/SG/PA Martins (o Timtim).

Hora muito movimentada, aquela, para quem se encontrava de serviço. Ele eram viaturas particulares, ele eram peões que entravam na Unidade, ele eram autocarros e carros da obras, ele eram identificações, encaminhamentos, esclarecimentos, uma ou outra verificação, etc, etc......( todos vocês sabem.....). Eis quando começo a ouvir uma gritaria estridente lá para o outro lado do Portão de acesso, em local diametralmente oposto ao gabinete da identificação e controle. (o posto da P.Armas não tinha a exacta configurança que agora apresenta).

O que se passaria? Vou ver de imediato, quando encontro o Vizela e o Timtim a revistarem detalhadamente (sim, detalhadamente......) um suposto militar que, no meio da confusão, tendo-se esquecido co seu Cartão de Circulação Interna (CCI) tinha tentado ludribriar o controle de entradas, a par de esconder, nas suas roupas, pelas calças e casaco, uma caçadeira de cal. 12 (que se apurou, mais tarde, intender ver a ser utilizada, no interior da Base, para caçar coelhos).

Claro que os olheiros Bizela e Timtim, quais atentos gaviões, não tinham deixado escapar nada e, só para se certificarem, enquanto um (o Bizela) prendia o sujeito pelos colarinhos, quase (literalmente) levantando-o no ar, o Timtim, mais delicado, baixara-lhe as calças e as cuecas examinando, no momento, quando ali cheguei, o interior dos sapatos do individuo, com todo o pormenor.

Bom, apurou-se que o então oficial subalterno em questão tinha tentado efectuar tudo o que acime referi. O caso foi devidamente processado e seguiu seus trâmites. O nosso pessoal ficou todo orgulhoso pelo bom serviço executado e moralizado para acções futuras.Um destes dias, numa missão de serviço efectuada no estrangeiro, qual não é o meu espanto quando identifico, o tal sujeito que referi, numa das nossas missões diplomáticas pelo mundo espalhadas.

Ainda era militar da FAP. Ao avivar-lhe a memória, de pronto recordou o episódio, com um largo sorriso, gabando a iniciativa e zelo demonstrados pelos Bizela e Timtim. Foi bom. E eu fiquei muito orgulhoso, claro. Camaradas Vieira e Martins, se por acaso lerem estas linhas, fiquem sabendo que esta acção perdurou na memória de alguns, após tanto tempo.

SCH/PA Manuel Calçada

BA6 VERÃO DE 1981

Numa noite de serviço,ao fim-de-semana, encontrava-se de Graduado de Serviço à UESD (Unidade Especial de Segurança e Defesa) o 1SAR/SG/PA Bernardino, sendo o 1CAB/MARME/PA Calçada o Cabo da Ronda Interna, juntamente com o SOLD/SG/PA Teixeira (Dona Xepa) e SOLD/SG/PA Gafanhoto (Long Dick) os restantes elementos da Ronda.
Como condutor de serviço, estava o 1CAB/MMT/PA Campos.
Pelas 23:30, o ODB manda comparecer no Gabinete dele o Cabo da Ronda e o GS-UESD (que se encontrava no alojamento, em "stand-by").

Motivo: tinha sido recebido um telefonema da Esquadra PSP de Alcantâra(Lisboa) informando que ali se encontrava detido, à espera de vir a ser entregue à força policial do ramo, um "muito perigoso individuo", militar, pertencente à BA 6 e sob o qual a PSP, após detenção efectuada por desacatos em via publica, tendo-o já identificando na Esquadra de Alcantâra e procedido à tramitação do correspondente auto, pretendia que fosse "entregue" à FAP, ficando a aguardar-se o posterior desenvolvimento do processo.
Bem, lá foram os acima identificados militares de serviço, num "jeep" UMM Cournil, fortemente armados e equipados, para Lisboa (Alcantâra), de imediato, para ali resgatarem o "muito perigoso militar".

Chegados à Esq.da PSP qual não foi o nosso espanto quando constatámos que o tal militar era o SOLD/SG/PA Cascais, do 1º pelotão que, ao ver-nos chegar, não conteve a alegria de o virmos buscar. Horas antes,tinha-se envolvido numa briga com outros paisanos, às portas de um bar, desancado uns tantos e sido, finalmente, posto na ordem por agentes da PSP, aos quais tb distribuiu uns "abraços",entretanto.
Após os procedimentos da praxe, lá acabámos por o colocar no Counil, cheio de juizo e começàmos a efectuar o nosso percurso de regresso à Base quando o "Xepa", atrevidamente,alegando o facto de morar ali perto, em Campo de Ourique, nos convida a todos para passar lá por casa e comermos uns chouriços que a mãe dele tinha acabado de trazer de Bragança, para ele.

Oh, aquilo sou a "harpas celestiais tocando" para o grupo e o 1SAR Bernardino logo confirmou ao Campos que se dirigisse para casa do "Xepa". O problema eram as armas que transportávamos, o carro que, contendo equipamentos diversos, não podia ser fechado, pois não tinha capota e o facto do "Cascais" estar num estado de apresentação que poderia chocar, fácilmente, a esposa e os filhotes do "Xepa". Depois de muita cogitação, decidiu-se que as armas ficariam conosco mas o "Cascais" ficaria dento do "jeep", a tomar conta do mesmo e dos equipamentos, no seu interior. Sem algemas,pq não parecia ser sua intenção escapulir-se. De facto, não foi.

Três horas depois, ao regressarmos à viatura, já de "papo cheio" com os deliciosos manjares que a mãe do "Xepa" nos tinha proporcionado, claro que traziamos uma generosa porção deles para o camarada "Cascais", tb saborear. Este, lá estava, no "jeep", à nossa espera e dormindo angelicalmente. Já na base, quando acordou, nem queria acreditar que nos tinhamos lembrado dele e atirou-se ao que lhe trouxemos com apetite de leão, podendo ler-se um reconhecimento sentido nos seus olhos. Não mais me esqueci disso. De vez em quando, ao encontrar o "Xepa", lá vem à memória esta recordação do tal "perigoso individuo".......E ainda há quem diga que nós, os PAs, não temos espirito de entre-ajuda e apoio mutuo? Pois, pois.........


SCH/PA Manuel Calçada

BA6 INICIO DE 1981

No R/C da camarata PA, ala esquerda, situavam-se, na altura, os três quartos que pertenciam ao 3º pelotão. Num deles, o Chefe de quarto, na altura,era um experiente e "batido" 1CAB/PA/TTCM, 022........Eu era o 1CAB/MARME/PA mais maçarico do pelotão e, de entre os Cabos, claro que estava na base da cadeia hierárquica das prerrogativas, ou seja, dormia junto a uma das janelas (partidas) do quarto, por onde entrava todo o vento, chuva e humidade do exterior.

Não existindo na época algo minimamente aparentado com um CCSD, numa noite de serviço, à semelhança de tantas outras, o 1CAB/PA/TTCM "velhinho" regressava de mais uma ronda apeada cinófila que tinha acabado de efectuar pelo aquartelamento. Como era seu hábito, em vez de ir depositar o seu canídeo à Secção, trazia-o para o quarto e prendendo-o com a trela à sua cama, ia dormir o sono dos justos, enquanto o animal permanecia em atitude vigilante e ameaçadora para quem, tb utente daquele quarto, dali para a frente pretendesse entrar. Tudo isto com total indiferença do "dono".

Ora, nessa noite, madrugada bem avançada, uns "PAs malandros" decidiram, num acto de heroismo, aliciar o cão e convencê-lo a deixar-se conduzir para um outro local, seguro, onde foi depositado com todo o cuidado. Tudo feito sem que o Cabo "velhinho" desse por o que quer que fosse.....tamanho era o seu ressonar.No lugar do cão, ficou, igualmente preso com a mesma trela, um gato (vivo) gordo e felpudo "requisitado" durante essa noite, na zona da messe.A normalidade foi, acto continuo, retomada na camarata...

Imaginem a cara e a reacção do Cabo "velhinho" quando, na manhã seguinte, para a formatura de saida de serviço, na qual o seu canídeo tb teria de estar presente, ele não o logrou apresentar. Melhor foi quando o saudoso 2SAR/PA/TTCM Galo (Chefe da Secção Cinotécnica) e já "instruido" e cooperante com o episódio, fingiu ter a reacção de desagrado e reprovação já expectável. Tudo isto com a conivência dos restantes graduados e soldados da EPA.
Só vos digo: por uma longa hora, era ver o gato na trela enquanto o "Cabo" velhinho procurava afanosamente, pela Base, o seu cão "extraviado". Foi um fartote de rir.........
Tudo terminou em bem, como não podia deixar de ser. O gato foi devolvido à procedência e o cão ao seu legitimo tratador. Não mais o procedimento de dormir com o cão na Camarata foi repetido. O próprio camarada acabou, tb ele, por achar graça ao episódio e , hoje, meu camarada de CFS/PA e digno SAJ, ao passar em alguns circulos mais restritos e conhecedores do episódio não se safa sem levar com um amistoso e sonoro "MIIIIIAAAAAAUUUUUU

SCH/PA Manuel Calçada

BA1 1985


Com algumas semanas de ter chegado à BA1 lá tive que alinhar em mais um serviço ao fim de semana, findo o qual e já de banho tomado e trajando à civil, entrei para o autocarro que levava o pessoal que saia de serviço até à estação da CP de Sintra.

Chegavam os ultimos elementos quando no referido autocarro entrou o então 2º Sarg/PA Calçada, que tinha sido o sargento da guarda no serviço que acabava, informando que um dos elementos que entrava tinha faltado e que até chegar o homem que se encontrava escalado como reserva, o elemento do piquete mais maçarro teria que assegurar o serviço, pois como adivinham a fava calhou-me a mim, "barafustei", mas de nada serviu, lá tive que gramar mais umas horas até ao reserva chegar, isto já depois do almoço.

Ao fim de semana praticamente não existia transporte civil para Sintra, assim aguardava na porta de armas uma hipotetica boleia, quando, para meu espanto vejo chegar o 2º Calçada na sua viatura, perguntando-me se já tinha sido substituido, ao que respondi afirmativamente, tendo ele mandado entrar no carro, pois tinha lá ido de proposito para me trazer.

J.Frazão
Sol./PA 072553

CORRIA O ANO DE 1991...

O CAP/PA Grossinho Comandava a EPA da BA 6...o TEN/PA Freire era um dos seus subordinados, entre muitos outros.
Como muitas vezes acontecia, decorria um exercício de Segurança ou a preparação para um, se alguém puder esclarecer agradeço.o Comandante da Base era o Exmº Sr. COR/PILAV Bernardo Dinis de Ayala.No decorrer desse evento, de repente, o TEN Freire via Rádio diz-me que vem um avião a cair, que era um A7(estes aviões pertenciam a Monte Real), pedia autorização para ir ver de imediato o que se passava.Dei autorização ao mesmo tempo que era chamado ao Comando para uma reunião de emergência(como estava previsto no Plano de Contingência).

O TEN Freire que estava na estrada do Seixalinho(no interior da Base) dirigiu-se para o local da queda do Avião, talvez a uns 100 metros da rede da Base, pouco mais do topo da Pista.Na reunião informei de imediato o Sr. Comandante do facto e de que a PA já estava a efectuar segurança ao local da queda.Como podem supor todos os intervenientes na reunião ficaram admirados com a eficácia da PA.É que nem os bombeiros chegaram tão rápido.Quando os Bombeiros chegaram já o TEN Freire tinha pedido evacuação de um civil que tinha sido atingido, no braço.

E já controlava toda a situação com o pessoal da PA que estava com ele.Infelizmente o Piloto tinha falecido no acidente.Entretanto dirigi-me ao local e o TEN Freire disse-me que estava com ele um civil que tinha estado a filmar tudo, ainda antes dele ter chegado.Conversei com o civil que se prontificou a entregar o filme ao Comando da Unidade, levei-o então junto do Sr. COR Ayala.Até todos os Destroços serem retirados tivemos de efectuar segurança ao local, como de costume, sendo mais uma das sobrecargas habituais para o sempre pronto pessoal da PA.

Assim se mostrou mais uma vez a prontidão e a eficácia da PA.

TCOR/PA Grossinho

O FILHO DO MAJOR

Esta história ocorreu com este CFE/PA de que eu fui um dos instrutores.Assim, após uma cerimónia que eu presumo ter sido a imposição das boinas, sem ter a certeza de tal, abeirou-se de mim um Sr Major FAP fardado de UN n° 1 chamando-me pelo meu nome sem eu o conhecer de lado algum.
Tendo-me aproximado dele e depois das continências, respondi-lhe:
- Meu Major!E ele de imediato.-Quero-lhe agradecer tudo que fez pelo meu Filho.
Atónito, momentaneamente fiquei sem saber o que dizer, pois não sabia a quem se estava a referir.De relance olho a sua placa de identificação e vejo "DIAS". Era então o Pai do Dias que fazia parte do curso que tínhamos acabado de ministrar. E o diálogo prosseguiu.-Não fui só eu meu Major respondi-lhe, tendo ele retorquido.-Eu estou a agradecer-lhe a si.-Eu, fiz o que estava ao meu alcance meu Major, disse-lhe ainda. -Eu sei o bom trabalho que fez com os "Rapazes" e, por isso o felicito.-Obrigado meu Major. Um aperto de mão e as continências puseram fim a este diálogo.Fui de imediato perguntar aos outros instrutores Alf/PA Capeto e Sarg/PA Soares se sabiam que o Dias era filho dum Major FAP.
Ficaram tão boquiabertos quanto eu. Não sabiam tal como eu, tendo ficado surpreendidos.Esta situação ilustra bem o carácter deste , então, jovem PA que nunca se aproveitou do facto de ser filho de um Oficial Superior, tendo-o escondido de nós, não sabendo se os seus camaradas do curso estavam ao corrente de tal, o que também é verdade que se diga, o pôs a coberto de pagar mais umas quantas.

Já passaram mais de 25 anos, ainda guardo na minha vitrina de recordações a medalha que me ofereceram no final do curso assim como a bola de futebol de salão onde todos escreveram as suas dedicatórias que muito me semsibilizaram.

SAJU/PA(R) Costa Pinto

BA3- BA1

As historias relatadas sobre as FP-25 nos anos 80's, trazem-me à memória dois episodios, um ainda na BA3 durante o curso, onde numa noite o portão da camarata foi fechado com uma corrente e cadeado e espreitando pelas janelas se podia assistir a um vai e vem de viaturas e homens numa correria, viemos a saber mais tarde que teria sido um ataque a uma sentinela ( não sei ainda hoje se foi verdade ou não) e a outra já em Sintra estando eu ainda um pouco massaro na Porta de Armas cerca das 22.00hrs, vejo aproximar-se um homem na casa dos 50 anos com um bone de trabalhador rural e uns sacos plastico na mão, de onde saiam uns fios, dizendo que queria falar com o 2º comandante....e agora o que faço??

Fui-lhe dizendo que aquela hora a "guerra" estava fechada e a pessoa que ele procurava não estava, mas perante a insistencia achei melhor telefonar ao OD, tendo aparecido de imediato, o gabinete não distava mais de 30 metros, acompanhado pelo cabo da porta de armas o Pestana, um cabo à moda antiga, de poucas falas e muita acção, palavra puxa palavra e quando demos conta disso já o "visitante " estava no chão imobilizado pelo Pestana.

Lembrando este episodio a esta distancia, só posso concluir que a "incosciencia" da juventude era enorme.

Sol/pa 072553-G J.Frazão

ESPIRITO PA

Havia e ainda há, junto à Balum uma taverna chamada "Sobreiro" que então, idos de oitenta do séc. passado, era foco de ínteresse não só pelos petiscos e o bom bitoque que lá se comiam, bem como ter como empregada uma bela moça que atirava a atenção da rapaziada da FAP em geral e dos PA's em particular que, como era de bom tom lhe procuravam fazer a corte.Diga-se a título de curiosidade, que a dita moça, veio mais tarde a contraír matrimónio com um Pcabo/Marme/PA .

Acontece que, e segundo me contaram anos depois, um dia à noite, dois PAs que tinham ido a esse dito local, regressaram à Base muito maltratados em virtude de terem sido selvaticamente agredidos por um grupo de seis ou sete energúmenos que no local se encontravam.

Com o regresso à Unidade dos PAs, foi de imediato despoletado e posto em execução o plano "APACENI" (Ação PA Contra Elementos não Identificados), levado a efeito por uma das equipas PA especializadas em "IIEAPA"(identificação e neutralização de elementos anti-PA), todos especialistas em várias técnicas tais como a negociação, a persuasão, combate corpo a corpo, artes marciais, etc.

Acompanhados pelas vítimas, dirigiram-se ao local onde o incidente tinha ocorrido mas este já se encontrava encerrado.Batidos os arredores, descortinou-se o dito grupo que perante a evidência do evento anteriormente ocorrido e na presença das vítimas, nada mais pôde fazer do que submeter-se às directivas impostas a partir desse momento e que eram: nunca mais agredir um elemento da FAP.

Posteriormente veio a saber-se que alguns destes energúmenos tiveram de ser conduzidos ao hospital, em virtude de não ter sido exercido qualquer tipo de violência sobre eles, como era de esperar, mas, tomados de pânico deitaram a fugir, tendo caído várias vezes e se terem auto-machucado.As técnicas utilizadas tais como a persuasão, a advertência e a ameaça de represálias se tal viesse de novo a acontecer, sortiram o efeito desejado pois, nunca mais algum elemento da FAP foi molestado nas redondezas.

Era assim o espírito PA.

SAJU/PA (R) Costa Pinto

CORRIA O ANO DE 1985

Vivia na Cidade de Beja, no Bairro da BA 11, um individuo com 27 anos TEN PA, que por acaso era o Comandante da EPA na Base.
Num dia de FEV, cerca das 00H00, estava a tomar conta do seu filhote de 1 ano, que não queria adormecer, a sua querida mulher a passar a ferro a roupita da família e ambos a ouvir o programa Oceano Pacífico na RFM.

BOOOOMMMMMMM....

Ouviu-se rebentar uma bomba, bem perto, vimos logo que era no interior do Bairro, mas... Naqueles tempos era habitual rebentar uma bomba de vez enquando junto das casas dos ditos Ricaços na cidade, pelo que não nos afligiu muito.
Cerca de cinco minutos depois,

BBBOOOMMMMM...

2ª Bomba, eu senhor do meu nariz, disse:- Não há problema, nunca rebentam mais de duas:
Cerca de cinco minutos depois,

BBBOOOOMMM...

3ª bomba e esta ainda parecia mais perto. Começámos a ficar preocupados, mas eu optimista como sempre disse:- Não vão rebentar mais, não te preocupes.

Cinco minutos depois, nova bomba e os nossos vizinhos a correrem pelas escadas a baixo e a dizerem que as bombas estavam a rebentar dentro dos prédios e depois a dizerem que era nos carros...Em suma os militares Oficiais, Sargentos e famílias estavam a ficar em Pânico e não era para menos é que rebentaram 13 Bombas, se não estou a errar, uma a cada 5 minutos.
Nessa noite já ninguém dormiu descansado apesar do reforço da PSP no Bairro.No dia seguinte veio-se a saber que as bombas tinham rebentado bem perto, mas os alvos tinham sido os Automóveis dos Alemães que foram para a sucata,

FELIZMENTE NINGUÉM SE FERIU.

Lembrem-se que nestes anos as FP-25 andavam muito activas.E claro que os PA tiveram de reforçar a segurança na Base, mais horas de serviço, idas a casa, só a muito custo e foi assim durante uns tempos...a PA também ajudou a PSP, a partir daí e enquanto se manteve a situação de alerta, nos patrulhamentos do Bairro (Alemão) da BA 11.

TCOR/PA Grossinho

MASCOTE DA BA11

Na data que referi na outra mensagem creio que um PCAB/PA(não me lembro do seu nome), teve de fazer um trabalho para a escola, para a disciplina de Inglês, se bem me lembro.

Resolveu fazer uma banda desenhada, onde obteve boa nota, alguém veio mostrar-me essa banda desenhada, eu gostei especialmente de uma figura que nela constava, o boneco com bigodão encostado ao Emissor/Receptor Tokay e isto ocorreu imediatamente antes da obra.

Como todos os PA's gostaram do boneco pedi para ser pintado na parede interior do bar.Em Agosto de 1986 o TEN(TCOR) Mendonça substituiu-me no Comando da EPA e gostou tanto do boneco que mandou fazer camisolas com ele e outras coisas, passou a ser a "mascote" da Esquadra.

TCOR/PA Grossinho

BA11 84-85

A Esquadra da PA era à entrada da Porta de Armas, o pessoal no verão se queria um "refresco" tinha de arranjar boleia ou pedir para uma viatura da EPA se deslocar ao Aquartelamento, pois este ficava a cerca de 2Km e no Inverno para não se apanhar chuva ou para ir beber um café para aquecer era exactamente o mesmo.
Para quem não sabe a BA11 na altura era a maior Base Aérea do Continente, tinha 14Km de perímetro.Então este vosso Tenente resolveu que se devia abrir um bar e uma sala de estar para os PA's estarem mais confortáveis.

Se assim pensou assim o fez... um dia levou o Comandante mas este após uma longa conversa não queria ceder, era preciso deitar parte de uma parede ao chão e erguer um balcão mais mobiliário e não havia dinheiro.Então convenci o Comandante a autorizar a obra que do resto tratava eu, ele então concordou.Valendo-me da boa vontade dos PA's eles lá foram fazendo a obra, como curiosidade posso dizer que o balcão foi edificado em cima de tábuas de madeira das caixas de munições dos alemães.Os sofás cadeiras e mesas foram oferecidas pelos alemães.O frigorífico já não sei como foi, a máquina de café foi adquirida, após conversações, a prestações, ao representante da Delta(era uma máquina caseira).

As pinturas ficaram a cargo dos PA's mais uma vez, até se fizeram uns quadros directamente na parede. Foi nessa altura que foi desenhado o boneco com bigode, encostado a um E/R Tokay(Mais tarde conto a história do Boneco que passou a "mascote" da EPA, pelas mãos do TEN (TCOR) Mendonça).

Foi assim que se conseguiu mais uma obra para o conforto dos PA's, feita por eles mesmo.

TCOR/PA Grossinho

1979...DGAFA (BALUM) cont.

O Moreira foi a Setúbal e passados dois dias ainda não tinha regressado, estava em ausência ilegítima, o TEN Verdasca mandou-me acompanhado do ALF Delfim(COR) a Setúbal, numa VW Brasília, fomos buscar o Moreirinha que nos acompanhou sem problemas.

Após interrogatório disse que resolvera outra vez casar, que aquilo era tão bom e que por cima de um filho já não se fazia outro, etc. Aprofundada a questão e após vários sermões disse que no dia em que ia acabar tudo a mãe dela tinha-lhe dado um chá e que tinha andado com umas ervas a arder pela casa toda e pelo quarto deles, aconteceu que já não acabou e antes resolveu casar, que até já tinha dito ao Pai e que estava tudo bem.

O Moreira lá acabou por casar ao fim de um mês.O que aconteceu durante algum tempo é que tinha de o ir buscar a Setúbal de vez enquando para ele não entrar em deserção, o TEN Verdasca foi dando-lhe uns dias de detenção pelas ausencias ilegítimas, mas ele também se esquecia de ir para o DGAFA.Um dia ele foi tranferido para Montejunto e acabou por entrar em Deserção... Nunca mais soube nada dele, espero que tenha sido feliz e continue feliz.

Bons tempos em que conseguia ajudar a rapaziada e o TEN Verdasca também ajudava, não esquecendo o Comandante da Unidade que também já faleceu, O COR PARAQ Marques da Costa.

TCOR/PA Grossinho

1979....DGAFA(BALUM)

O ALF Grossinho Comandante de Pelotão PA, na chamada das 09H00 deu por falta do Moreira, estranho foi saber que ele tinha vindo do Porto, mas não tinha dormido na Unidade.
A informação da falta foi dada ao TEN PA Verdasca (Comandante de Esquadrilha), decidiu-se esperar para se saber o que tinha acontecido.No dia seguinte o Moreirinha aparece todo sorridente e informou que ia casar rapidamente, surpresa geral... sabem quanto ganhava um soldado do SMO naquele tempo não é?

Após esclarecimentos disse que tinha conhecido uma garota no comboio e que ia casar, que tinha passado a noite com ela e o dia anterior e que tinha de casar.Tentou-se saber se a família dela tinha descoberto e se estava a ser obrigado....nada disso...tinha estado em casa dela o tempo todo, com a família, a razão era porque ela estava grávida.Nova surpresa, como é que sabia que estava grávida ´se só tinha passado uma noite com ela?

Esclareceu o Moreirinha que ela estava grávida de outro e era solteira, fiquei e quem assistiu à conversa de "boca à banda", grávida de outro e ia casar com ela? Levou logo vários sermões mas nada demovia o Moreirinha.No dia seguinte chamei o Capelão para ver se metia alguma sensatez naquela cabeça dura...O Capelão ficou satisfeito o Moreirinha desistiu de casar, disse que se tivesse um toque de ordem ia a Setúbal e ia dizer que já não casava, foi-lhe dado o toque de ordem, não sem ele deixar a morada da rapariga.

TCOR/PA Grossinho

CURSO PA-BA 3

Já no curso da PA estava a ser uma noite bem agitada, ninguem queria dormir. Não faltou fazer nada, era assar chouriços apenas com alcool no chão, era desfazer pacotes de bolachas completos na cama dos que ainda não tinham chegado, era contar anedotas e "atirar" bocas entre quartos, bem, muita mistura.

Começa a ficar para o tarde e o barunho chamou a atenção do oficial de dia, que logo veio tentar manter o sossego. Não tendo conseguido grande coisa, deve ter ligado para o instrutor do 1º pelotão da camarata que era o que estava pior. Não lembro o nome mas era conhecido pelo Martini's. Chegou, e mandou formar o pelotão dele no lugar do costume, tal como estavamos, nada de calçar ou vestir.

Escusado será dizer que ninguem dormiu, passamos quase a noite toda a dar voltas á parada, parando a cada canto para dizer : boa noite candeeiro, "nós somos o pelotão fantasma" e seguir para o proximo. Lembro que o preto das solas dos pés ficaram durante umas semanas.


José Silva
sold/pa 070035-F

BA-3 TANCOS, NOVEMBRO 1987

Depois de um fim de semana passado com a familia, foi o dia de regresso a tancos, perto da meia-noite uma da manhã. Ali chegado e como já havia pessoal a dormir que tinha vindo, principalmente do norte do País, os que entretanto chegaram, onde eu estava incluido, começamos a fazer "xinfrim", na intenção de acordar os dorminhocos.

Entre uma e outra boca, houve alguém que disse "vamos lá a fazer pouco barulho", ao que eu, armando em "campeão", disse, pouco barulho o c.........., nisto olhei para entrada do quarto e vi um camuflado, era o oficial de dia, que me chamou e me perguntou se era assim que costumava tratar o pessoal. escusado será dizer que dali pra frente já não disse mais nada.

Resultado do meu acto, a noita toda de castigo em pé perto da entrada da camarata da Policia Aérea e fim de semana seguinte a ver os "aviões" a passar.

Serviu de exemplo.

Sold/PA082633-C Carlos Aguincha

CORRIA O ANO DE 1980

Foi este vosso Alferes PA obrigado a ir para a Base Aérea nº 3, dar uma recruta...
Antigamente fazia-se a Escola de Quadros, era uma formação ministrada ao pessoal que ia dar recruta, para estar preparado para o fazer. Este vosso Alf não frequentou essa formação, não houve tempo, mas como era PA..... segundo os seus superiores, não precisava.
Bem...
era tempo do serviço Militar Obrigatório, o pessoal que o Exército não queria vinha para a Força Aérea, ou ia para a Marinha, com aqueles que eram voluntários para os dois ramos.
A rapaziada começou a chegar e foi atribuído um Pelotão ao ALF PA Grossinho...
Iniciou-se a Instrução da Recruta....
Numa das sessões de tiro com G3, na carreira de tiro da BA3, após as aulas teóricas e os acertos respectivos, teóricos e práticos, verifiquei que um dos Recrutas fazia tiro com o lado Esquerdo, mas não era canhoto, também não acertava um único tiro no alvo...
Experimentei a arma e ela estava certa...
Resultado...após conversa com o referido recruta ele disse-me que fazia tiro com o lado esquerdo porque era cego do olho direito...
Estupefação...
O Exército tinha mandado...em 1980.... um individuo cego para a FAP.
Soube entretanto que ele já tinha referido o Facto na Inspecção...
Para que tudo corresse bem o recruta em questão acabou por jurar bandeira e com a ajuda do Capitão PARAQ Rebimba, Comandante de Esquadrilha, foi à Junta de Saúde da FAP, foi julgado incapaz e passou à disponibilidade...


TCOR/PA Grossinho

BA1 - MAIO 1986

Há já alguns dias que vinha a ser reportado por alguns camaradas de serviço, nomeadamente os TTCM que faziam a linha da frente, alguma actividade "inimiga" no topo da Academia, entre a vedação e a pista de obstáculos.

Naquela sexta feira, após a hora normal de expediente, reuniu-se o pessoal de piquete e o cabo de serviço á porta de armas e ao mesmo tempo condutor, o 1º Cab/PA Varela, na "sala de guerra" situada no bar de praças e ficou decidido que manha cedo avançariamos para um golpe de mão ao IN.

Nesse final de tarde foi feito o reconhecimento e localizado o ponto de infiltração do IN.

Assim, lá para ás 05.30-06.00 hrs parte dos elementos do piquete foram postos em posição, dentro de um barranco, devidamente camuflados, aguardado a chegada do IN, que depois de infiltrado foi observado ao longe pelas nossas tropas.

Já o sol ia alto quando foi chamado o jipe e ao mesmo tempo foi bloqueado o sitio por onde deviam sair os elementos hostis, feita uma rápida revista foi apreendido o "armamento", alguns sacos de plástico e as "munições" milhares de CARACÓIS ( 7/8 kgs).

O IN era constituído já nessa altura por 3 ou 4 senhoras com mais de 50 ou 60 anos e que nervosas com a situação, arranjaram em nós mais uns quantos filhos, pois só diziam
" oh filhos deixem-nos ir embora por favor".

Lá as ajudamos a entrar para o jipe e foram levadas ao gabinete do oficial de dia, que era um alferes que fazia de OD pela primeira vez e ficou ainda mais atrapalhado com a situação que as
senhoras.

Depois da saída das senhoras pela porta de armas, o que as deixou para ai a 7 ou 8 kms de casa, lá fomos rendidos, mas sabíamos que a nossa "missão" tinha que ser acabada mais tarde, com "grande espírito de sacrifício" e após umas horas de sono retemperador, lá fomos novamente ao "paiol" também situado no bar de praças, levantar umas grades de "granadas" Superbock, rumando de seguida à secção cinofila, onde tivemos que "descarregar" as munições apreendidas, trabalho este penoso....ehehehehe

J.Frazão

OTA-1985

Havia na enfermaria da Ota um enfermeiro , com quem mantinha uma excelente amizade e cujo paradeiro, infelizmente, perdi. Chamava-se Pereira, esse militar. Um belo dia, passei pela enfermaria para o convidar para uma cerveja no bar. Estava ele a ultimar os preparativos para fazer um clister a um militar não PA e quando lhe fiz o convite disse que não demorava muito. Disse ao militar que estava deitado:
- Opá, mete o tubo no buraco que eu já venho!
Era um clister de água, com o depósito fixo à parede e uma "mangueira" para colocar no tal sítio que todos sabem.
Posto isto fomos para o bar. bebemos uma e uns amendoíns e uns dedos de conversa, mas uma bjeca e mais amendoíns e outros dedos de conversa e entretanto chegou malta e vai de beber e comer amendoíns e mais umas mãos( já não eram dedos) de conversa. Passado um bocadão, vejo o Pereira a dar um salto da cadeira e dizer:
- Porra! Esqueci-me do gajo, pah! Já deve ter a água a sair pelas orelhas!
Ele arrancou para a enfermaria e eu fui com ele. O desgraçado que estava na maca já tinha uma cor esquisita e um ar que não consigo descrever...ele até já tinha "uma maneira esquisita de falar". Diz-me o Pereira:
Oh Oliveira! chega-te para o lado antes que isto espirre - e, enquanto tira a "mangueira" do dito cujo do militar, diz-lhe:
Opá! Vais até às casas de banho para largar carga e depois voltas para aqui.
Escusado será dizer que o desgraçado bem tentou apertar as pernas, as bimbas e sei lá que mais, mas a água era tanta que ele não aguentou e começou no meio do corredor e quando chegou ás casas de banho já não era preciso.
Ninguém imagina eu e o Pereira a rir por tudo o que aconteceu!
Isto foi em 1985.


João Oliveira
SOLD/PA 067450-J
BA3/BA2

BA 4 1978

Como o prometido é devido cá vai a história do nosso camarada Santos que era, se não me engano, do Norte Litoral Porto,Espinho ou Povoa do Varzim, á distancia do tempo não vos posso precisar.

Ora o nosso camarada Santos trabalhava a seguir a mim na patrulha mista ou "Lima"como se chamava na altura, eu sai de serviço depois de momentos antes ter á porta da nossa messe que era o local onde se efectuava a rendição as manobras de segurança em relação á WALTHER que era obrigatório fazer do lado de fora da viatura.

O Santos ainda assistiu á parte final da citada manobra de segurança, mas não sei porquê o Santos também nunca me explicou o motivo, se calhar para demonstrar ao americano o que era habitual fazer só que o fez no sitio errado dentro do carro.

Lembro-me que me tinha afastado alguns metros do carro e oiço um tiro e vejo o Larry, era assim que se chamava o americano a sair do carro a gritar de TONI PISTOLAS. Cheguei-me proximo da janela do carro temendo o pior e vi o Santos de todas as cores com a pistola na mão e aos pés dele o carro tinha uma nova entrada de ar.Foi levantado um auto de ocorrência e o pobre do Santos deixou de fazer serviço na "Lima" com é obvio a partir dessa altura cada vez que os americanos viam o Santos começavam a gritar pelo Toni Pistolas.

Belos tempos mesmo com estes azares de percurso os"Escorpiões" eram assim e ainda hoje o são só que com outras nuances por isso continuo a dizer que até no menos bom não eramos melhores nem piores eramos diferentes.

Henrique Soares

BALFA 1994

A história que vos vou contar aconteceu comigo e alguns de voces ouviram falar de certeza. Decorria o ano de 1994 em Março quando fui colocado no controlo de acessos em Alfragide, era o meu segundo dia de serviço e por isso tinha que penar assim mandava a velha guarda, Vieira, Prada, Dias, Maruta e 1º Gonçalves.

Tinha estado a fazer gabinete ao CEMFA General Mendes Dias em conjunto com o Sold/PA Dias desde as 14h até as 17.30 que ora estava ao pé de mim ora ia visitar as amigas para o ultimo andar quando chegou a hora de me ir embora o Dias veio me buscar para irmos para o CCS fazer a entrega da arma a amiga Walter foi nessa altura que tudo aconteceu. Eu fiz a respectiva operação de segurança a arma para o local devido e entreguei a arma ao 1º cabo ribeiro e ele chamou-me ao lado de trás do balcão para me explicar o procedimento que iria ter de fazer sempre.

O Dias estava a nossa frente e ao retirar o carregador esqueceu-se que tinha uma munição dentro da camâra e ao deixar a corrediça ir a frente a arma disparou atingindo o 1º Cabo que caiu redondo em cima de mim, era sangue por todo o lado o 1º Bordalo estava em pânico, o Dias chorava, e eu estava completamente petrificado mas sem nunca largar o cabo mque tremia como uma vara verde a ambulância nunca mais chegava e cada minuto parecia uma hora ate que a ajuda chegou estabilizou-se o ribeiro e levaram-no para o hospital.

Para 2º dia de serviço tinha sido uma aventura que nunca tinha imaginado que me pudesse acontecer, felizmente o nosso cabo recuperou e voltámos-nos a encontrar no hospital mas isso e outra história. O Sold Dias estava a dias de sair da FAP e honestamente não me lembro o que lhe aconteceu, mas espero que tenha tudo corrido bem.

Sold/PA 116685-K Luis Rendeiro

BA 4 1978

Passei á disponibilidade em 1 de julho de 1979, mais concretamente seis meses antes do grande terramoto que varreu os Açores para desconsolo dos naturais e não só, eu á distãncia também fui solidário com os momentos menos bons e dolorosos por que passaram os habitantes das ilhas.

Mas rebuscando o bau das memórias dou comigo a recordar-me do Martins a quem nós chamavamos para irritar, de cabo cão um camarada (branco) seguindo a terminologia do nosso camarada António Pinheiro e que julgo acabou por casar com uma moça com quem namorava do bairro da lata, voltando a citar o Antonio Pinheiro ele lembrou e bem o SAJ/PA Octavio mais conhecido pelo"ataca chica", o SAJ/PA Leonardo que era o chefe dos cães como nós diziamos.

Falaram que a Polícia Aérea não podia entrar no NCO CLUB pois no, meu tempo não só o pessoal que trabalhava na patrulha americana como era o meu caso, mas todo o nosso pesooal podia entrar no NCO o Montijo, Rui, Pedroso, Cartaxo que ainda está nos Açores têm que vir a esta tribuna contar as grandes cargas étilicas que apanharam ao ponto de serem trazidos as costas para o nosso aquartelamento, existem tantas histórias da BA 4 que de certeza daria alguns best-sellers.

Tenho outra história que um dia destes vos vou contar de quando em virtude do peixe que nos deram na messe e em virtude do chefe da altura da nossa ser un SAJ da Policia nós recusámo-nos a ter a nossa boina na cabeça enquanto esse senhor usasse a dele e razão óbvia ele tirou a dele e nós colocamos a nossa era um pessoal de"antes quebrar que torcer".

Henrique Soares-BA 4

HISTÓRIAS DA MINHA BASE-BALUM-3

Esta passou-se num serviço de Natal ou Passagem de Ano......

Estava o pessoal de serviço na Porta de Armas, já de noite, com o rádio que era distribuido para as comunicações, e, nestes dias a nostalgia de não se estar com a familia "ataca" mais uns que outros, e havia uns que se "distraiam" a pensar na familia mais que os outros ,a malta, SEMPRE COM ESPIRITO SOLIDÁRIO, deixava os "saudosistas" a descansar e assegurava o serviço.A dada altura estava alguém do outro lado do rádio com umas "saudades" tremendas e começou a dizer:

"Ai miséria estou farto de ti!".

Prontamente o camarada de serviço na Porta de Armas, como a comunicação não pode ser interrompida responde:

"MISÉRIA À ESCUTA!!! TRANSMITA".....


Luís A. G. Pires SOLD/PA 075744-G

SEDEF 87

Já há dias sem dormir, e o cansaço apoderava-se da rapaziada. Um dos dias, a Base é atacada, e o alvoroço da saida do CCDT digna de um filme da acção, mas em melhor versão.

Entradas e saidas da sala de controlo, e junto á porta , o Sr. CAP Grossinho vencido pelo cansaço, meditava de cabeça encostada á parede, sentado numa cadeira e de olhos fechados, ia levando uns encontrões tal era o alvoroço.

Passada a situação critica, e algum tempo depois diz camamente, " isto hoje está muito calmo, vou dormir um bocado"

Estaria a dormir, ou com uma calma fora de série? Ainda hoje não sei.


F.Godinho

SEM TRAVÕES

Pois, porquê? Porque tem este título este pequeno momento!
Já vão perceber...

No DGAFA(BALUM) existia um edifício que era o C-5, era a Esquadra da PA e seus alojamentos.
Certo dia, talvez em 1979 ou 1980, estava o ALF Grossinho a sair do edifício, já depois da formatura da manhã, quando viu a viatura TP-21, aquela que era conduzida pelo condutor PA e que iria levar o pessoal PA ao EMFA para entrar de serviço....
A deslizar...devagar, sem ninguém lá dentro(estava numa descida), correu aqui o vosso Alferes(na altura) subiu para a TP-21 e começou a tentar travá-la mas o travão não obedecia, o motor estava parado...
Aparece o condutor a correr coloca-se à frente da viatura e começa a empurrar a tentar pará-la...
Estava a ver que era atropelado.
Comecei entretanto a procurar o travão de mão... a carrinha estava quase no fim da descida... já me estava a ver no campo de futebol(agora parque de estacionamento) de rodas para o ar...

Suspiro de alívio....

Encontrei o travão de mão, consegui travar o "Bólide".... a respiração e o coração abrandaram...

Uffff fim da aventura.


TCOR/PA Grossinho

BA 4 1978

Nessa altura existia uma camisola amarela que era assinada por todos e passava para o mais antigo da incorporação seguinte, no ano passado aquando do nosso primeiro aniversário em Junho perguntei a alguns camaradas de outras incorporações que passaram pela BA4 se sabiam da dita camisola mas ninguém sabia dela perdeu-se no espaço e no tempo.
E sem ofensa para os camaradas mais novos, aqui fica uma história da altura. Enquanto o pessoal se afastava no terminal do aeroporto em direcção ao local de embarque ia cantando isto que vos passo a escrever....
"Maçarico diz-me tu se isto é verdade ou não, maçaricada para o posto e a velhice para o avião"
Isto não queria melindrar nem beliscar os colegas era um ritual que se fazia e que todos aceitavam e que eu houvi cantar e mais tarde cantei também.

Longa vida a todos os "Escorpões".

Henrique Soares

HISTÓRIAS DA MINHA BASE-BALUM-2

Quando cheguei à BALUM, o pessoal ia fazer serviço à BALFA (Base de Alfragide), que como se sabe é o EMFA, pois a EPA desta Base ainda não estava pronta a entrar em funcionamento, tendo ficado pronta creio que em finais de 85 ou principios de 86.
O pessoal fazia a parada da guarda na BALUM e depois ia para Alfragide.
O que vos quero contar passava-se no trajecto entre o Lumiar e Alfragide e vice versa..
O pessoal ao passar pelo Largo da Luz, onde se situa o Colégio Militar e as respectivas cavalariças, ia tudo para as janelas da TP e ao passar por lá ouvia-se um sonoro "ARRE MACHO", com que se brindava a malta do Exército.
E lá vinha a resposta deles em forma de "manguitos" e "dedos espetados".

Aquilo só visto, era uma bela de uma tradição.....

Quando a EPA da BALFA foi activada foi seguramente o que o pessoal sentiu mais falta.

A TRADIÇÃO JÁ NÃO É O QUE ERA....


Luís A. G. Pires SOLD/PA 075744-G

EXPO FAP-1979

Creio que em 1979, realizou-se a EXPOFAP, nas antigas instalações da FIL (Feira Internacional de Lisboa)

Como não podia deixar de ser coube à PA fazer a segurança às instalações.

Certo dia estava eu de Oficial de Serviço e como de costume fui fazer uma ronda externa, pela beira-rio(Tejo), no sentido de não deixar estar nenhuma viatura parada junto das instalações da FIL.

Como não podia deixar de ser também, naquela zona costumavam parar e ainda costumam, viaturas com casalinhos para conversar e tudo o mais que se possa imaginar.

Acompanhava-me na ronda um 1CAB já antigo cuja alcunha se não estou errado era "Ervilha" e mais dois ou três soldados.
Tinha-mos acabado de abordar uma viatura onde só se via um elemento masculino em tronco nu com movimentos para baixo e para cima, no sentido de o mesmo abandonar o local, quando vimos um individuo estar a trepar para a cabina de um camião pelo lado do pendura.
Dirigimo-nos de imediato para lá ao mesmo tempo que vímos que o condutor do camião estava a dormir, resultado...

Pensámos que o individuo que estava a trepar era um assaltante e gritámos, pare! Polícia... O referido indivíduo começou logo a correr em direcção a Alcântara, confirmando as nossas suspeitas, no mesmo momento ouviu-se um tiro...
Tinha sido o "Ervilha" que sem autorização tinha dado um tiro para o ar e a verdade é que não fez mais nenhum porque com o disparo saltou a tampa da corrediça e a alça da pistola, tudo para o chão.

O Ladrão fugiu, depois informou-se a PSP e o condutor do camião agradeceu-nos a intervenção pois tinha no banco do pendura a bolsa com a carteira e outros haveres.
O Cabo Ervilha não se meteu em mais confusão porque eu não participei dele e ele conseguiu arranjar uma munição para repor a que ficou em falta, assim como conseguiu encontrar as peças que tinham caído.

O Comandante da EPA do DGAFA(BALUM) era o TEN Verdasca que nunca chegou a saber do acontecimento(penso eu), O Cabo Ervilha a partir daí, vendo que eu tinha assumido toda a responsabilidade, nunca mais se portou de forma inconveniente pelo menos quando fazia serviço comigo.

Lembrem-se que 1979 ainda fazia parte dos finais do Verão Quente, pós 25 de Abril.


TCOR/PA Grossinho

VÉSPERA DO JURAMENTO DE BANDEIRA

Na véspera do juramento de bandeira fomos (o meu pelotão e graduados intrutores) jantar ao Entroncamento. Até aqui tudo normal!O jantar correu bem, com muita comida e bebida a condizer. Muita bebida, mesmo... Até aqui continua a normalidade.O pior foi o regresso, pois não havia transportes até à BA3 e a uma dada altura tivémos que atravessar uns terrenos para encurtar caminho e tempo. Pensávamos nós, claro!

A uma dada altura demos por falta de um dos camaradas e sempre nos foi incutido, e bem, que éramos um todo e se saíamos todos, todos teríamos que regressar, a bem da união e camaradagem. Vai daí que imperava encontrar o elemento que faltava, procurando pelo meio da vegetação, noite cerrada e sem pinga de luz e a chamar por ele: uns mais bêbedos que os outros. Isto durou mais de uma hora. Encontrámo-lo dentro de um buraco enorme que estava coberto de vegetação e silvas...montes delas... Lá o conseguimos tirar a custo e com alguns picos no corpo; nós, que ele parecia um Cristo!

Retomámos o caminho até à Base e eis que esse camarada dá meia volta e começa a correr em sentido contrário e sem que o pudéssemos impedir, atira-se outra vez para dentro do buraco. Está maluco! -pensámos nós. Lá tivémos que o ir tirar mais uma vez dali e fomos saber de tal atitude, ao que nos respondeu: -Tinha deixado lá o bivaque.

Moral da história:
Foi uma noite sem pregar olho, a tirar os picos do corpo desse nosso camarada e dos nossos também.O pior foi no dia a seguir, pois a cerimónia acompanhada pelo calor do Verão foi muito longa e a ressaca maior ainda... Era ver as mães aos gritos quando viam os filhos a desmaiar e a quererem acudir-lhes e os elementos da PA a segurar essa gente toda. E dos 9 pelotões (cerca de 270 instruendos da EIPA), foram alguns ainda, até porque foram TODOS os pelotões jantar na noite anterior e as bebedeiras eram quase tantas quantos os instruendos na cerimónia.

Repetia tudo de novo!

João Oliveira
SOLD/PA 067450-J BA3/BA2

HISTÓRIAS DA MINHA BASE-BALUM-1

Certo dia, de Verão, estando eu de Reforço, junto às oficinas, na altura estavam a ser efectuadas as obras de construção do CMA, onde agora está instalado, e como tinha o 3º Turno, calhava-me ir render o Camarada que estava de posto para ele poder ir jantar....
O Cabo ( não me recordo se o Romeiras se o Nunes), acompanhou-me ao local para fazer a rendição como devia ser.
Quem lá estava era um Camarada, penso que era da Póvoa de Varzim cuja alcunha entre a malta era o "Sport Billy" devido às suas parecenças com o referido desenho animado.
Quando lá chegámos o bom do "Billy" tinha a G3, DESMONTADA PEÇA A PEÇA, não havia mais nada para separar, e estava tudo alinhado em cima de uma caixa de carga de um camião que por ali estava em cima de bidons com um relógio ao lado.
Quando o Cabo lhe perguntou o que é que ele estva a fazer ele simplesmente respondeu:" Como não tinha nada que fazer resolvi, ver quanto tempo levo a montar a arma".....


Luís A. G. Pires SOLD/PA 075744-G

LADRÃO DE GALINHAS-BA 4

FOI A UNICA VEZ EM QUE TIVE LICENÇA PARA ATIRAR A MATAR

NA POCILGA DA BA4 (JUNTO AO CAMPO DE FUTEBOL) ,LARAPIOS JÁ POR UM BOM TEMPO QUE ANDAVAM A ROUBAR GALINHAS E RESPECTIVOS OVOS.
MISSÃO:
CAPTURAR OS PRESUMIVEIS AUTORES DE TÃO HORRIVEL CRIME.
EQUIPAS "CANOFILAS" PARA O LOCAL NA CALADA DA NOITE
1ª NOITE ......NADA
2ªNOITE ........NADA
3ªNOITE.........JÁ O SOARES VINHA CARREGADO DE OVOS
4ª NOITE .......JÁ TODOS TRAZIA-MOS OVOS
5ªNOITE.......NA COZINHA DA CINOFILA A MALTA COZIA OS OVOS PARA OS COLOCAR DEPOIS EM VINAGRE ,UMA DELICIA

NUNCA SE DESCUBRIU QUEM SUBTRAIA OS OVOS,MAS UMAS BOAS DUZIAS FORAM Á NOSSA CONTA...QUANDO SERVIAM OVOS NA MESSE A MALTA NEM LHES TOCAVA DE TÃO CHEIO QUE ANDAVA.

MAS VERDADE VERDADEIRA ,FOI A UNICA VEZ QUE TIVE AUTORIZAÇÃO PARA DISPARAR A MATAR...E TUDO POR CAUSA DE OVOS


C.Silva

EXERCÍCIO SEDEF/87

Lembram-se do exercício SEDEF/87 (Segurança e Defesa 87).
Exercício que nos obrigou a permanecer na Base uma duzia de dias, sem poder sair?

Alguem se lembra do que ocorreu a dada altura na BA 6, já de noite?

Estava um sentinela junto ao Farol, que pelo rádio informou que se estava a aproximar algo, talvez um helicóptero, vindo dos lados de Almada, pois trazia um projector de luz muito intenso, mas o que era esquisito é que não fazia ruído nenhum.
O CCDT, CAP Filipe, Comandante de Esquadra, ao receber esta comunicação pensando tratar-se de uma equipa de sabotagem inimiga, enviou-me com o 1SAR Letras e mais pessoal , numa Condor para a Placa de Fiat's, aguardar novas ordens.
Aconteceu que o sentinela referido informou que a Luz se tinha desviado pela orla costeira da Base em direcção à "Casa Branca", instantes depois o sentinela que estava neste local informou que a luz estava próxima mas parecia parada.
Nesta altura a Condor foi-se abaixo e os rádios deixaram de trabalhar, quisemos e mudámos para os canais alternativos e também não funcionaram, isto durou alguns minutos, a Condor continuava sem se conseguir por a trabalhar.
Quando tudo voltou à normalidade o sentinela da Casa Branca informou que a luz não se tinha aproximado mais e que se tinha afastado depressa.
Nunca se chegou a saber que foco de luz tão intenso era aquele, tenho perguntado a mim mesmo ao longo destes 20 anos se não seria um OVNI, mas eu não cheguei a ver a luz.

TCOR/PA Grossinho

BA 4 ANOS 94-99

OS "AMERICOS", COMO SE SABE ,ERAM MUITO PRÓDIGOS A EMBELEZAR TUDO O QUE FOSSE CANTEIRO OU JARDIM...
NA ALTURA NA SECÇÃO CINÓFILA , HAVERIA DE TUDO , MAS FLORES OU QUALQUER TIPO DE EMBELEZAMENTO É QUE NÃO...
COMO NÃO PODERIA CONTINUAR ASSIM ( A FALTA DE UM CANTEIRO ) , A MALTA DE SERVIÇO NO PERIODO NOCTURNO (CINÓFILOS) EFECTUAVAM MISSÕES ULTRA SECRETAS EM "CANTEIROS INIMIGO".

VAI DAI, AS NOSSAS RONDAS ERAM FEITAS DE ANCINHO EM PUNHO, E NO DIA SEGUINTE SÓ SE VIAM BURACOS PELA BASE (BURACOS DE ONDE HAVIA-MOS SUBTRAIDO FLORES).
OS "AMERICOS", PERSISTENTES VOLTAVAM A PÔR FLORES, ...E LÁ IA-MOS NÓS , NOVAMENTE DE ANCINHO EM PUNHO , E OS BURACOS LÁ IAM APARECENDO UM POUCO POR TODO O LADO.

VAI DAI, OS "AMERICOS" PREOCUPADOS COM A SITUAÇÃO, PEDEM Á EPA PARA OS AJUDAR NA DESCOBERTA DOS "JARDINEIROS"...E QUEM É QUE A EPA DESTACA PARA O SERVIÇO???? A CINÓFILA....
SERÁ ESCUSADO DIZER QUE A "INVESTIGAÇÃO "NÃO SURTIU QUALQUER EFEITO , E QUE A CINÓFILA NUNCA ESTEVE TÃO FLORIDA...

C.Silva

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

HISTÓRIAS DA MINHA BASE-BALUM

Quando lá estive colocado (DEC85 a SET87), as velhinhas cancelas manuais foram substituidas por umas eléctricas que até dava gozo fazer serviço. Era só carregar no "botanito" e lá ia ela para cima.
O ritual de levantar a cancela de entrada com o fazer força para baixo e por o pé em cima da "mãozeira" aproveitando o balanço dado para segurar a cancela e fazer a continência, tinha passado à história.
Mas, há sempre um mas, as cancelas com tanta utilização que tinham, no principio avariaram umas vezes, e o pessoal para as viaturas pararem à entrada e à saída tinha lá umas cordas esticadas.
Uma certa sexta-feira, já eram quase sete da tarde e já toda a gente tinha saído para o fim de semana, quando a malta se lembrou do jogo tradicional de saltar à corda.....se bem o pensou, melhor o fez.
Vai daí um camarada ( penso que o Baião) começou a dar à corda, do lado da saída pois era mais pequena e para saltar era melhor, e outro ( acho que o Jorge) começou a saltar.
Eles iam trocando ...um dava à corda e o outro saltava, como não estava lá ninguém não havia problema.....
Nisto começa-se a avistar ao longe um VW Carocha.....O pessoal ficou sem saber o que fazer.....
Quando o carro se aproxima vinha lá o Sr Cor Mesquita, que comandava o CMA, e que ria que até dava vontade de ver.
"Então o pessoal diverte-se?" - Perguntou ele.
E nós lá na Porta de Armas sem palavras, até que alguém disse:
" Sabe como é. Temos de passar o tempo de qualquer maneira"
Pois sim senhor ele lá foi desejando-nos um bom fim de semana e um bom serviço sem muitos "sobressaltos".

Luís A. G. Pires SOLD/PA 075744-G

ESPIRITO DE CORPO

Corria o ano de 1979, tinha sido criada a Esquadra de Polícia Aérea no DGAFA(actual Base do Lumiar), três Pelotões.Certo dia aparece na Esquadra um soldado PA (acho que foi o Moreira) que se queixava de ter sido assaltado e agredido no Parque EduardoVII em Lisboa, tinham-lhe roubado o fio de ouro, o relóigio e não sei se mais alguma coisa.
Sabem o que aconteceu?
Sem conhecimento "oficial" dos graduados juntou-se todo o pelotão nessa noite, cinturões por baixo dos blusões(todos vestidos com roupa civil) e dirigiram-se ao PARQUE, fizeram um golpe de mão de tal forma que apanharam o ladrão...Claro que o foram entregar na Esquadra da PSP mais perto, não sem antes lhe fazerem bastantes festinhas, até aparecer o produto do roubo, o que aconteceu.

Não quero dizer que fizeram bem em dar-lhe os calduços, assim como também não fizeram bem em dar calduços aos Homossexuais que costumam andar por ali no engate, mas o que foi feito mostra o Espírito de Corpo da PA.
Ainda sobre este assunto no dia seguinte saíu no Correio da Manhã uma notícia com o titulo "Policia Aérea Varre Parque Eduardo VII"

Se esta história não estiver correcta o se houver algo a acrescentar, quem souber que o faça.

TCOR/PA Grossinho

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

"A pedra de afiar os dentes aos cães"


Estava eu à espera de ir frequentar, em Boane (Lourenço Marques), o Curso de Sargentos.
Nessa altura, chegaram aos canis da BA 10 (Beira), dois cães "civis", de raça pastor alemão, para serem "reeducados " e treinados à maneira dos nossos Cães de Guerra.Nessa época, era hàbito, as empresas da Cidade da Beira, enviarem os seus cães de guarda, para serem treinados pelas Forças Armadas.Estes dois animais, jà tinham passado pelos canis da PSP local e tinham sido mais "massacrados" do que educados, pois bastava dar uma ordem mais enérgica ou fazer um gesto brusco e, os pobres animais, encolhendo-se, urinavam-se logo ...

Sendo assim, foram entregues a 2 "aprendizes" de tratador, maçaricos de 65, para serem bem tratados, sob a vigilância dos "profissionais", Cabo Amaro (sub-chefe da Secção de Cães de Guerra) e do Soldado "15zinho".
Nas instalações dos canis, também tinha sido edificado, pelos homens de 62, uma palhota, local que servia para nos abrigar do calor ou das grandes chuvadas, e era a nossa "Sala de Reposo e Alerta", onde todas as tardes, nos educavamos e aumentavamos a nossa cultura geral, lendo livros de "cow-boys", jogando às cartas, dominò, e ouvindo mùsica.Numa dessas tardes, estava eu a aperfeiçoar as técnicas de combate, jogando à Batalha Naval, quando, "disse assim como quem não queira a coisa", ao sub-chefe:- Jà viste que os 2 cães civis, não mordem bem ?

Temos que lhe afiar os dentes !O Cabo Amaro, piscando o olho, disse: "Vou informar o Chefe Garcia", e eu, acrescentei, "ele que nos dê a pedra de afiar os dentes" e, voltando-me, para um dos "aprendizes" maçaricos, que dormitava, assentado ao meu lado, disse-lhe:- Ò pà, vai à Esquadrilha e pede ao Sarg. Garcia, a pedra de afiar os dentes aos cães.O nosso "aprendiz" de tratador, levantou-se e sem perguntar nada, là foi, ligeiro, para surpresa de todos nòs.
A partir daqui, e até ao regresso do "aprendiz", não vi mais nada e não ouvi o que se disse, mas as cenas foram contadas e descritas, pelo nosso colega, "actor" principal desta història.
O "Chefe" Garcia, estava ausente nesse momento e o nosso "aprendiz" contou o que pretendia ao Cabo da Secretaria, Jorge Gaspar, que vendo logo a "marosca", disse-lhe que o Chefe estando ausente e o Comandante da EPDP, Ten. Couto Pires, em reunião, não podia tomar essa responsabilidade e que o melhor era ir ver o Sargento de Dia ...


Obediente e querendo levar até ao fim a missão que lhe tinha sido entregue, o nosso colega foi à procura do Sargento de Dia, que andava "desenfiado" nas cozinhas, a beber um copito e a comer uma "bucha", com o seu conterrâneo cozinheiro, e disse-lhe o que queria.O homem perplexo e incrédulo, não percebendo nada, mas julgando ser uma coisa especìfica aos cães de guerra, disse que não sabia de nada, nem tinha "as chaves" (?) e que ia falar com o Oficial de Dia.


Azar dos azares, nosso !O Oficial de Dia era o Ten. "Chico Marinheiro", Francisco Duarte de seu nome e oriundo da Aéronaval, que vendo logo que era brincadeira, quiz saber quem era o autor de tal pedido, pois não nos tendo no coração, "esses meninos finos dos cães, que não fazem nada na Base, e que ainda por cima, são dispensados de ir cortar o capim, como todos os outros ...", veio aos canis, acompanhado do Sargento de Dia e do nosso "aprendiz" de tratador.


O Cabo Amaro, como responsàvel do sector, ainda quiz explicar que era uma praxe e, eu, para dar um ar de graça, disse que os cães andavam a morder mal ...Resultado final: - fomos salvos pela intervenção do Chefe Garcia, de uma "carecada", mas não escapàmos, os 7 elementos da Secção + os 2 maçaricos, a cortar o capim à volta do terreno dos canis, por termos feito perder tempo aos Sargento e Oficial de Dia.


Desiludido por esta falta de sensibilidade ao humor, que nem era negro, apesar de estarmos em Àfrica, passados uns tempos, bastante desanimado, desisti de ir frequentar o Curso de Sargentos, meti requerimento para passar à disponibilidade e regressei à Metropole e à vida civil, ao fim de 48 meses.


Carlos Oliveira (Bolinhas)
1° Cabo PA/TTCG
BA 10 - 1963/1967