sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

HISTÓRIAS DE UM PA

Estava eu a fazer a minha ronda entre as 2 e 4 da manhã quando via rádio sou chamado à porta d'armas.Ao aproximar-me vislumbrei de longe duas figuras femininas que aparentavam estar "dentro das medidas adequadas".Sabendo eu do rumor que corria que, de quando em vez pessoas do sexo oposto vinham suprir certas necessidades junto dos PAs, fiquei logo em alerta.Aproximei-me e dirigi-me ao interior da porta d'armas indagando o que se passava.

Como riam a bandeiras despegadas ninguém me conseguiu responder apontando o dedo para o exterior em direcção às "donzelas".Dirigi-me a estas e, porca miséria, eram dois travestis. Assim que começaram a falar, a minha vontade de rir era bem maior do que aqueles "malucos". Tive de me controlar senão aquilo virava um autêntico forrobodó.Contraindo os meus abdominais lá consegui saber o que passava.Então segundo as ditas(!), "estávamos a trabalhar como comprerende". Como compreende? Que é que eu tinha que compreender?

Cada um faz o que quer com o "duas letras" e fogo à peça, olha esta!

E continuaram "vieram uns Militares da Força Aérea que nos começaram a bater sem razões". Fomos apresentar queixa à Policia que quando soube que eram Militares da F.A. mandou-nos apresentar queixa aqui.Bom trabalho digo eu cá p'ra mim, a PSP tirou o cavalinho da chuva e passou-nos a batata quente.E então perguntei-lhes eu, querem apresentar queixa?E Elas(!), "já vimos que daqui não levamos nada(referindo-se aos "malucos" que continuavam a rir desabridamente) nós queremos que nos paguem o táxi que nos trouxe para aqui, senão daqui não saímos, queremos falar com o Comandante".O Of. Dia era um grande malandro, amigalhaço de vidas artísticas.

Logo lhe telefonei dizendo-lhe que havia duas senhoras que faziam questão de lhe falar. Embora ensonado, aquilo suou-lhe a canto celestial, àquela hora e logo duas! Chegados ao local, assim que elas abriram a boca, o jovem Of. mudou logo de côr atirando-me uns olhares que voçês bem podem imaginar.Eu tratei de me pirar, dizendo-lhe que iria continuar a fazer a minha ronda, tendo ele vindo atràs de mim e dizendo-me "esta vais pagá-la com juros" e fui para a porta d'armas para ver como é que o filme iria continuar.Nesta, já tinham combinado aproveitar a falta de dinheiro das ditas e iam-lhes oferecer "local para dormir" até ao dia seguinte.

Estão a perceber a situação!Tive de alertar a malta para o risco que corriam, pois poder-se-ia caír numa situação problemática se alguém viesse a saber que "civis tinham pernoitado na casa da guarda".Alertei-os que o caso estava nas mãos do Of. Dia e que eu iria continuar a minha ronda.
Mais tarde sou chamado pelo Of. Dia que, saíndo-se muito bem da situação, disse às "ditas" que elas(!) tinham que saír da unidade senão chamáva-mos a Polícia porque as ditas tinham entrado na unidade sem autorização e que como tal teriam que ser presas.Isto fez-lhes soar a campaínha de alarme o que as levou a reconsiderar a situação e a pedirem sómente se podiam chamar um táxi para as vir buscar.Logo as conduzi à porta d'armas onde entre sorrisos maliciosos foram recebidas com toda a deferência e onde ficaram a aguardar o táxi, enquanto eu retomava a minha ronda.

Saju/PA(R) Costa Pinto

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