sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

BA6 INICIO DE 1981

No R/C da camarata PA, ala esquerda, situavam-se, na altura, os três quartos que pertenciam ao 3º pelotão. Num deles, o Chefe de quarto, na altura,era um experiente e "batido" 1CAB/PA/TTCM, 022........Eu era o 1CAB/MARME/PA mais maçarico do pelotão e, de entre os Cabos, claro que estava na base da cadeia hierárquica das prerrogativas, ou seja, dormia junto a uma das janelas (partidas) do quarto, por onde entrava todo o vento, chuva e humidade do exterior.

Não existindo na época algo minimamente aparentado com um CCSD, numa noite de serviço, à semelhança de tantas outras, o 1CAB/PA/TTCM "velhinho" regressava de mais uma ronda apeada cinófila que tinha acabado de efectuar pelo aquartelamento. Como era seu hábito, em vez de ir depositar o seu canídeo à Secção, trazia-o para o quarto e prendendo-o com a trela à sua cama, ia dormir o sono dos justos, enquanto o animal permanecia em atitude vigilante e ameaçadora para quem, tb utente daquele quarto, dali para a frente pretendesse entrar. Tudo isto com total indiferença do "dono".

Ora, nessa noite, madrugada bem avançada, uns "PAs malandros" decidiram, num acto de heroismo, aliciar o cão e convencê-lo a deixar-se conduzir para um outro local, seguro, onde foi depositado com todo o cuidado. Tudo feito sem que o Cabo "velhinho" desse por o que quer que fosse.....tamanho era o seu ressonar.No lugar do cão, ficou, igualmente preso com a mesma trela, um gato (vivo) gordo e felpudo "requisitado" durante essa noite, na zona da messe.A normalidade foi, acto continuo, retomada na camarata...

Imaginem a cara e a reacção do Cabo "velhinho" quando, na manhã seguinte, para a formatura de saida de serviço, na qual o seu canídeo tb teria de estar presente, ele não o logrou apresentar. Melhor foi quando o saudoso 2SAR/PA/TTCM Galo (Chefe da Secção Cinotécnica) e já "instruido" e cooperante com o episódio, fingiu ter a reacção de desagrado e reprovação já expectável. Tudo isto com a conivência dos restantes graduados e soldados da EPA.
Só vos digo: por uma longa hora, era ver o gato na trela enquanto o "Cabo" velhinho procurava afanosamente, pela Base, o seu cão "extraviado". Foi um fartote de rir.........
Tudo terminou em bem, como não podia deixar de ser. O gato foi devolvido à procedência e o cão ao seu legitimo tratador. Não mais o procedimento de dormir com o cão na Camarata foi repetido. O próprio camarada acabou, tb ele, por achar graça ao episódio e , hoje, meu camarada de CFS/PA e digno SAJ, ao passar em alguns circulos mais restritos e conhecedores do episódio não se safa sem levar com um amistoso e sonoro "MIIIIIAAAAAAUUUUUU

SCH/PA Manuel Calçada

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